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terça-feira, 7 de julho de 2009

Birmânia: Uma ditadura de meio século


Secretário-Geral da ONU não convenceu os generais

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, sofreu um série revés, na sua recente visita a Mayanmar (Birmânia), ao ser-lhe negado o pedido de uma visita à carismática oposicionista do despótico regime militar, Aung San Suu Kyi, que se encontra em prisão domiciliária há 14 anos, e que brevemente irá ser novamente julgada.
Ban Ki-moon acreditou, um pouco ingenuamente, na sua diplomacia de veludo, para tentar abrir uma brecha na irredutibilidade da ditadura, em relação à libertação dos presos políticos, tentando assim obter o êxito alcançado em Maio de 2008, quando conseguiu demover os generais a levantar o embargo à ajuda internacional às vítimas do ciclone Nargis.
Para muitos observadores, este convite do generalíssimo Than Shwe, o chefe da junta militar, que governa o país, teria sido um presente envenenado, pois o seu escondido objectivo, com esta visita do secretário-geral das Nações Unidas a Naypidaw, a nova capital, consistiria, unicamente, em obter internamente a legitimação do próximo julgamento de Aung Kyi, que se arrisca a uma nova e pesada pena, sendo assim habilmente excluída das eleições do próximo ano. Recorde-se que o partido de Aung Kyi, galardoada com o prémio Nobel da Paz, ganhou as eleições de 1990, vitória que os generais, no poder desde 1962, não reconheceram, tendo movido, a partir dessa altura, uma feroz perseguição à célebre oposicionista. Dos 19 anos decorridos, a partir dessas eleições, Aung Kyi passou 14 em prisão domiciliária.
Ban Ki-moon regressou a Nova Iorque de mãos vazias, levando apenas na bagagem a vaga promessa do generalíssimo Than Shwe de que as eleições do próximo ano seriam “justas, livres, transparentes e credíveis”. Todos nós já sabemos o que significam estes adjectivos na boca dos ditadores.

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