Os dados publicados hoje, em relação ao mês de Junho, pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), não podem deixar de constituir uma grande preocupação, não só por aquilo que objectivamente retratam, mas também pela tendência negativa que revelam em relação ao futuro.
O governo anda a falar que a crise já bateu no fundo, mas a realidade está a mostrar que não é bem assim. O desemprego, em Junho, aumentou em quase todas as varáveis consideradas pelo IEFP. Aumentou brutalmente em relação a Junho de 2008, aumentou também em relação a Maio deste ano, sendo a incidência desta aumento maior na construção civil e na indústria de madeiras. Quer em relação ao mês passado, quer em relação a Junho do ano anterior, o aumento do desemprego afectou, de igual forma, os adultos, os jovens, os que procuram o primeiro emprego, os que foram despedidos por decisão unilateral das entidades patronais e os que foram despedidos por mútuo acordo.
Nenhum indicador melhorou, o que reflecte bem a dimensão da crise, e os seus efeitos devastadores nas famílias, que assim vêem o seu poder de compra reduzido.
Extremamente dependente do exterior, com o consumo interno a diminuir e com a despesa do Estado a disparar e as suas receitas a cair, não é preciso ser economista para se perceber que a economia portuguesa está a atravessar a mais grave crise desde a revolução industrial, só comparada, provavelmente, à da década de oitenta do século XIX.
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