Páginas

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Um Poema ao Acaso: Já as primeiras cousas são chegadas



Já as primeiras cousas são chegadas


Tanta foice isto é coice desconfio…
Tanto de Marx martelar já cansa.
Adrede é labirinto não me fio
no fio que o comício ao coro lança.

De tanto ruminar tanto Rossio
numa canga aguilhando tanta esperança.
Tanto poder ao povo com feitio
de espezinhá-lo depois da governança.

Tanta denúncia. É a pedagogia
da Revolução que o excremento avia
e não chegámos ao último terceto.

Recém-nascida apenas deste em cabra
Ó Liberdade! Não sei como isto acaba,
Não sei como acabar este soneto.

Natália Correia(1923-1993

Sem comentários: