Merce Cunningham morreu no último domingo, aos 90 anos. Abraçando a dança e a coerografia, desde muito novo, destacou-se pela revolução que introduziu nos seus trabalhos, inovando nos métodos e na linguagem da criação artística. Pela sua parte, deu um contributo pessoal a todo o vanguardismo artísto e cultural que explodiu em Nova Iorque na primeira metade do século XX. Recorde-se que, entre os seus colaboradores, figurou Andy Warhol, o célebre pintor que introduziu a pop art. Merce Cunningham foi pois uma testemunha e um actor importante do apogeu artístico dos Estados Unidos no último século.
Cunningham descomplexou a dança, retirando-lhe a rigidez dos movimento programados para o bailarino, como acontecia no processo da dança clássica. Apontando apenas as direcções dos deslocamentos e os tempos das paradas, Cunningham dava inteira liberdade aos bailarinos para vivenciarem em cada momento o seu estilo e figuração, já que, para este coreógrafo, a dança deveria compor-se de gestos naturais, sem artifícios desnecessários, e que não deveria obedecer a nenhum encadeamento lógico de movimentos. Para ele a dança não tinha uma finalidade narrativa, mas apenas figurativa, princípio este subtraído aos cânones do abstracionismo na pintura.
Em 1968, já com o seu trabalho de vanguarda inteiramente reconhecido, a companhia que dirigia passa a ter o estatuto de companhia residente na Brooklin Academy of Music. No ano seguinte, é nomeado director da Companhia de Dança Moderna de Nova York. A sua fama galga fronteiras, e, em 1970, apresenta no Théâtre de France a sua obra Signalis. Produziu cerca de 200 coreografias, algumas delas, a partir de 1970, recorrendo à programação em computador, o que foi uma inovação..
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