domingo, 31 de outubro de 2010
Um Poema ao Acaso: PORTUGAL - Miguel de Unamuno
PORTUGAL
Do mar Atlântico na margem pura
se senta uma matrona desgrenhada
ao pé da serrania coroada
de triste pinheiral. Nos joelhos dura
os cotovelos pousa, e o rosto na mão,
e crava ansiosos olhos de leoa
no sol poente, e o mar em frente entoa
de maravilhas a fatal canção.
Diz-lhe de longes terras e de azares,
enquanto ela os pés banha nas espumas,
sonhando absorta o trágico império.
Miguel de Unamuno
(1864-1936)
Tradução de Jorge de Sena
El último testimonio de Unamuno
sábado, 30 de outubro de 2010
Orçamento de Estado: A montanha pariu um rato...
Novas Oportunidades: um programa típico do país do faz de conta...
Notas do meu rodapé: A manhosice do patriarca...
Alpendre da Lua, 30 de Maio de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
O gesto é tudo!...
Foi uma discussão psicadélica, esta, a do Orçamento de Estado de 2011, com dois actores a sonharem acordados. Um fingia que era primeiro-ministro e o primeiro-ministro fingia ser o líder da oposição. Não sei se já era o ensaio geral da peça que vai estrear brevemente, uma tragédia, à maneira grega, julgo eu. A encenação levada a efeito, acabou por ter dois efeitos essenciais para tentar acalmar a indignação geral. Primeiro, amedrontaram-se as pessoas, neste caso com o caos, criando o ambiente para se aceitar a inevitabilidade das medidas, depois veio a ameaça velada, para as impor. Pelo caminho, aplicou-se a marcação cirúrgica dos sectores a atacar, começando pelos mais fragilizados, aqueles que menos rendimentos têm e menos capacidade de resistência exibem para desafiar a iniquidade.
Parece que já temos Orçamento, segundo me pareceu ouvir. Habemus Papam.
Um Poema ao Acaso: Discurso do filho da puta - Alberto Pimenta (com um comentário do editor)
O pequeno filho da puta
no entanto, há
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Imagens inéditas do III Reich (4)
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Um Poema ao Acaso: Estátuas de calor - André Domingues
O calor cala a cena habitual,
inunda de nudez e estátuas
as nossas novas instalações.
Despromove o equilíbrio do corpo.
Instaura uma regra movida a indisciplina,
uma vida de estilo barroco minimal.
Enquanto a ideia da água
veste o vestido de noite
donde sobressaem as suas próteses
insolúveis na sedução.
Cada um com o seu infinito pessoal e muita pele ambígua
atravessa o calor.
Há um anjo na personalidade utópica da ventoinha.
As horas engordam. Algumas mais exageradas,
chegam mesmo a morrer, sem darmos por isso.
Os animais não dormem: derramam
lentamente o seu instinto
amador.
As faces abandonam o seu âmbito
mais ou menos prestável
e pedem pão extemporâneo
às portas das grandes desfigurações.
Eu escrevo numa banheira contígua
histórias de hipertermia maligna
provocada apenas por amor.
André Domingues
http://doamormau.blogspot.com/2010/07/estatuas-de-calor.html#comments
Colete refletor obrigatório para... prostitutas
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Baleia jubarte percorre dez mil quilómetros para acasalar
para acasalar e agora uma delas estabeleceu um recorde
mundial ao nadar quase dez mil quilómetros, desde o
arquipélago de Abrolhos, na costa brasileira, à ilha de
Madagáscar, na costa leste da África.Esta foi a mais longa
migração deste mamífero – registada e fotografada na
costa brasileira e encontrada dois anos depois no Leste de
África. O recorde vem agora publicado no «Biology Letters».
Nesta espécie migratória são, geralmente os machos que
percorrem grandes distâncias para se reproduzirem, já que
as fêmeas são menos aventureiras.
CiênciaHoje
O grande casino europeu...
Um Poema ao Acaso: Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias - José Gomes Ferreira
Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Um Orçamento assassino...
Quanto mais baixo o rendimento, maior a subida do
IRS a pagar. A proposta de Orçamento do Estado que
o Governo irá hoje apresentar no Parlamento faz com
que a generalidade dos agregados familiares em Portugal
passe a pagar mais impostos. Mas, ao nível do IRS, um
impacto é consideravelmente mais alto à medida que o
salário vai decrescendo.
As estimativas de impacto no IRS das medidas previstas
no OE, feitas pela firma de consultora Pricewaterhouse
Coopers para o PÚBLICO, mostram que são as camadas
populacionais de mais baixos rendimentos que mais sofrem
com o pacote de medidas do Programa de Estabilidade e
Crescimento.
PÚBLICO
http://economia.publico.pt/Noticia/subida-do-irs-e-mais-forte-nos-rendimentos-mais-baixos_1461051
Sócrates: cooperação entre Portugal e Venezuela “honra amizade histórica”
hoje o “grande desenvolvimento” da cooperação
económica entre Portugal e Venezuela nos últimos
dois anos, afirmando que “honra a amizade histórica”
entre os dois países e os dois governos.
domingo, 24 de outubro de 2010
Um Poema ao Acaso: frio - Miguel Pires Cabral
Oh não te vou mentir! O ar frio
trespassava-me os dedos rasgados,
Oh! Como sinto falta dos nossos
recados escritos. Tínhamos dificuldade
em comunicar, lembras-te?
Uma herança que recebeste, dizem-me,
não sei bem. Sinto a falta desse frio
longínquo tempo, o teu olhar terno
mas distante, como o limite onde
esbarrávamos sem querer.
com flores e uma rara combinação
para amar. Em que nos transformamos?
Quem é este nós afinal? Consigo odiar-te
enquanto te amo, consigo embalar
o desengano de um sono que tarda,
segurar as mãos contra o rosto,
verter-me dentro do vazio em que fomos.
Não te vou mentir,
Miguel Pires Cabral
Um Poema ao Acaso: Miragem - José Luís Peixoto
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sábado, 23 de outubro de 2010
Às vezes, as correntes que nos impedem de ser livres são mais mentais do que físicas.
Notas do meu rodapé: Dar com uma mão, tirar com a outra...
Alta tensão no Governo
Teixeira dos Santos deu murro na mesa.
Ministro das Finanças impôs corte de salários
no Estado ao primeiro-ministro, José Sócrates.
Correio da Manhã
A natureza parasitária do actual sistema monetário - Armanda Morales
O sistema monetário tornou-se a jaula global da escravização alimentada pela dívida que hoje conhecemos através de uma série de eventos: invenção da usura (conceder empréstimo em dinheiro a juros compostos), estabelecimento da reserva fraccionária na concessão de crédito, privatização da oferta monetária, criação de bancos centrais, abolição do padrão ouro e imposição legal de divisas fiduciárias.
Actualmente cerca de 96% do dinheiro nos países ocidentais vêm à existência como dívida (dinheiro-crédito) criada por bancos comerciais na forma de promessas de pagamento (IOUs) [NT 3] . Os montantes depositados no banco e emprestados são simples registos na contabilidade, não apoiados por quaisquer activos reais (como o ouro, por exemplo). O que dá valor a estes montes de papéis normalmente sem valor é o trabalho humano. Só quando paramos para pensar acerca disto podemos começar a apreender a natureza profundamente fraudulenta da concessão de empréstimos bancários: o tomador do empréstimo compromete como colateral pelo empréstimo algo que ele ainda não possui (isto é, o carro que ele compra a crédito) em troca do dinheiro que o prestamista realmente não tem nas suas reservas.
Vamos resumidamente examinar como são criadas bolhas especulativas e o efeito que elas têm sobre a economia real. As baixas taxas de juros estabelecidas pelos Bancos Centrais desencadeiam uma farra de crédito que atrai pessoas à dívida. Os bancos criam dinheiro ex-nihilo (a partir do nada) e emprestam-no a juro, inchando bolhas alimentadas pelo crédito (dot-com, habitação, imobiliário comercial, etc) que torna banqueiros e outros especuladores ultrajantemente ricos. Por definição, temos uma bolha quando o preço de um activo eleva-se para além do que o rendimento médio por permitir. Vamos tomar a actual bolha habitacional como um exemplo. Quando a bolha finalmente explode, o valor do activo afunda com desastrosas repercussões nos balanços dos bancos e igualmente dos proprietários das casas: bancos retomam casas cujo valor está em queda rápida e proprietários descobrem-se em situação líquida negativa (o valor de mercado da sua casa é mais baixo do que o que eles estão a pagar ao banco a cada mês). Uma vez que foi permitido aos bancos tornarem-se "demasiado grandes para falirem", através de fusões e aquisições, as elites financeiras instruem seus políticos fantoches a salvarem-nos, a expensas dos contribuintes. Utilizando doses maciças de propaganda nos media e de instilação do medo, as elites lavam o cérebro das massas levando-as a acreditar que a prosperidade dos bancos é vital para a estabilidade social e a prosperidade económica. Por outras palavras, seguir-se-á o caos generalizado se permitirmos os grandes bancos irem à falência. Inicialmente, a maior parte dos cidadãos parece acreditar na mentira e aceitam pagar os custos através de aumentos de impostos e um conjunto de cortes e privatizações de serviços públicos (educação, previdência, infraestrutura, cuidados de saúde, etc).
Depois de garantirem o salvamento, os banqueiros premiavam-se a si próprios com bónus maciços e tentavam reverter aos negócios de sempre. Mas há um problema: o mundo esgotou-se de pessoas com crédito respeitável (o idiota seguinte no esquema de Ponzi). A maior parte dos indivíduos e negócios estão a naufragar em dívidas e a perspectiva é demasiado negra para prever qualquer lucro. Portanto os bancos não concedem empréstimos (credit crunch) e os devedores, quando podem, pagam à vista seu saldo em dívida, drenando dinheiro da economia real. Inicia-se assim uma perigosa espiral de deflação do dinheiro, provocando bancarrotas, desemprego, arrestos, definhamento de receitas fiscais e inquietação social. Enquanto isso o défice do governo dispara, inchando uma dívida pública já enorme e levando à espécie de crise de dívida soberana verificada em países como a Grécia, Islândia e Irlanda, para mencionar uns poucos.
Como chegámos a isto? Vamos dar um passo atrás e ponderar. Um sistema monetário baseado na usura exige crescimento sem fim, pois o juro composto cresce exponencialmente ao longo do tempo. Sob esta nova luz é mais fácil ver porque o establishment está tão obcecado com o aumento do PIB, um crescimento exponencial que simplesmente não é viável num planeta finito. Não há escapatória: se a economia não cresceu, não pode ser emitido novo dinheiro-dívida para estender no futuro os passivos de dívidas existentes. Uma vez que virtualmente toda a oferta monetária é criada pelos próprios bancos como dívida, novo dinheiro deve continuamente ser concedido como empréstimo só para pagar os juros devidos aos banqueiros. Analogamente, um crescimento zero ou negativo assinala o funeral do sistema monetário que estamos a testemunhar exactamente agora.
Considerações éticas acerca do parasitismo inerente à usura certamente seriam apropriadas nesta altura: possuidores de dinheiro emprestam-no àqueles a quem ele falta, os quais por sua vez tornam-se seus escravos. Mas a usura também apresenta um problema matemático prático: os bancos criam só o principal mas não o juro necessário para reembolsar os seus empréstimos. Isto resulta numa escassez de dinheiro crónica que afecta todos os actores do sistema, pois o dinheiro para pagar de volta o juro sobre todos os empréstimos não existe. Em consequência, todos nós devemos competir num jogo de soma zero para ganhar alguma coisa que simplesmente não existe. O dinheiro é ganho por alguns em detrimento de outros que ficam sem, o que se parece cada vez mais como uma competição implacável que amplifica grandemente o conflito social e os desequilíbrios de riqueza.
A constante expansão da oferta monetária necessária para aliviar uma escassez crónica de dinheiro é a causa principal da inflação, um confisco furtivo de riqueza dos possuidores de dinheiro. O sistema monetário poderia ser comparado a um jogo de cadeiras musical: enquanto a música toca (tanto a oferta monetária como a economia expandem-se) aparentemente não há perdedores [1] .
O montante do dinheiro-dívida no sistema deve crescer continuamente para minimizar o risco de uma deflação perigosa. Podemos agora entender como todas as conversas que ouvimos nos media dominantes acerca da necessidade de reduzir dívida são de facto apenas um disfarce enganoso. A dívida está destinada a ser mantida porque todo o sistema está baseado sobre ela. Qualquer redução de dívida (tanto pelo reembolso como pelo cancelamento) aumentaria a escassez de dinheiro, com consequências catastróficas numa economia disfuncional como a nossa.
Apesar de todos os esforços dos banqueiros centrais para manter o jogo em andamento, a oferta de dinheiro em muitas economias ocidentais actualmente está a contrair-se e milhões de pessoas são relegadas ao frio permanente.
Quando dívida é reembolsada, o falso principal é progressivamente destruído e o juro permanece como um lucro para o banco. Se considerarmos que sobre grandes empréstimos reembolsados ao longo de períodos de tempo muito longos (tais como hipotecas) o montante do juro cobrado pode facilmente exceder o principal, podemos começar a apreender a proporção colossal desta fraude bem como a sua natureza intrinsecamente parasitária.
Armados com este conhecimento, torna-se claro que o sistema monetário imposto sobre nós está em bancarrota estrutural. Um sistema de concessão de empréstimos baseado em juro só poderia funcionar se todo o dinheiro ganho através do juro fosse gasto em bens e serviços (de modo a que o tomador do empréstimo pudesse ganhá-lo outra vez), não entesourado ou emprestado outra vez. Entesourar dinheiro ou emprestá-lo a diferentes tomadores ao mesmo tempo (como os bancos fazem hoje) provoca a escassez do mesmo e finalmente leva a incumprimentos em massa.
Penso que a privatização do dinheiro é a principal causa subjacente da pobreza, escravatura económica, sub-financiamento do governo e de uma classe dirigente oligárquica que frustra toda tentativa de arrancá-la das rédeas do poder.
Imagens inéditas do III Reich (2)
As fotos foram feitas por um fotógrafo da Revista Life entre 1939 e 1940 em Berlin e ficaram desaparecidas por mais de 50 anos, pois esse fotógrafo americano desapareceu logo no início do conflito, juntamente com a sua máquina fotográfica marca Rolleiflex e esses diapositivos originais (utilizados na época para reprodução em revistas) a maioria em 6 x 9 polegadas (vejam os detalhes das molduras originais dos cromos).Esses cromos foram achados por uma enfermeira alemã de um hospital em Berlin, que os guardou todos esses anos. Após a sua morte, sua filha os achou e devolveu ao atual editor americano que tem os direitos da marca Life Magazine, que não é mais publicada desde o início dos anos 70.Interessante o fusca VW em 1939, um fantástico avanço tecnológico na época.E a Eva Anna Paula Braun. Exatamente como descrito no livro: "O menino do pijama listrado" - (mais bonita que as atrizes escolhidas para o papel nos filmes)