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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

XVIII Governo: o mais parecido com uma Ópera-bufa, exceptuando o de Santana Lopes!...


A constituição do novo governo não gerou nenhum entusiasmo na opinião pública, tal como se esperava, mesmo até entre o eleitorado socialista, que também já percebeu que se trata de um governo de transição de ciclo político, sem alma e sem nervo. O espírito reformador do governo anterior, que entrou na arena como um leão e saíu como um sandeiro, esfumou-se, tendo sido metido na gaveta, o local preferido pelo PS para guardar os projectos abandonados. Mas, na sua concepção e na sua constituição, percebe-se que é um governo de continuidade, que a inclusão de novos ministros, sem imagem e sem peso político, não consegue disfarçar. Do anterior governo ficaram os pesos pesados, os indefectíveis fiéis de José Sócrates, e que não reflectem no seu seio as várias sensibilidades políticas existentes no PS. Pode-se, pois dizer, que se trata de um governo de José Sócrates e não um governo do PS, fragilidade evidente que pode revelar-se fatal em futuras batalhas eleitorais, se, entretanto, o que é previsível, a crise social se agudizar.
É uma questão bizantina tentar adivinhar se o governo irá cumprir a legislatura. Uma oposição dividida ideologicamente e a proximidade de eleições presidenciais são o maior certificado de garantia para a sua longividade, a não ser que a política desça para a rua, na forma de violenta contestação às políticas anti-populares, que, secretamente, se encontram previstas no caderno de encargos. Para contrariar este cenário, ou para o esbater, lá estarão os novos ministros, a quem vai competir a espinhosa tarefa de ensaiarem as mudanças virtuais necessárias e para aguentarem na pele o primeiro embate e o posterior desgate provocado pelos protestos, tentando resguardar da impopularidade o núcleo duro dos fiéis.

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