A integração dos muçulmanos
Existem aproximadamente vinte milhões de muçulmanos na Europa. Estes representam todo o espectro de atitudes religiosas possíveis, desde a indiferença até ao fanatismo.
Os muçulmanos europeus tendem a viver agrupados em comunidades, quase sempre mal integrados, seja nos subúrbios das grandes cidades, como em França, ou em bairros abandonados pela população autóctone, como em Bruxelas ou Londres. São mais pobres, sofrem uma taxa de desemprego elevada. A maioria chegou à Europa em vagas desde a Segunda Guerra, numa altura em que estes precisavam de emprego e a Europa devastada pela guerra, precisava de mão-de-obra para a sua reconstrução. Pela primeira vez na sua história, a Europa encontra-se na difícil situação de ter que integrar uma enorme massa de imigrantes não europeus. Um desafio difícil que custa levar a bom termo.
A maioria dos muçulmanos europeus, concorda com a emancipação da mulher, com o papel que a esta cabe na sociedade, é a favor de um Islão moderado e não considera os europeus hostis ao Islão. Mas não nos enganemos, o Islão continua a ser o principal pólo identitário dos muçulmanos. A integração destas comunidades na Europa não é realmente um êxito. Apesar de milhões de muçulmanos viverem a sua vida sem causarem problemas no país de acolhimento, nem por isso se fundem na cultura que os rodeia. De nada serve ignorar o problema da integração, ele existe.
Na Europa existem dois modelos de integração, o modelo republicano francês e o comunitário britânico. O primeiro tenta integrar as identidades estrangeiras, transformando os imigrantes em franceses. O segundo aposta em preservar as identidades estrangeiras num mosaico de muçulmanos. Nenhum dos dois resulta. Sustentados por sólidas muralhas ideológicas, as tragédias recentes – o assassinato de Theo van Gogh em Amesterdam, os atentados de Londres, e os tumultos nos subúrbios franceses - derrubaram as muralhas e mostraram o fracasso de tal ideologia. Há que reconhecer: os modelos, cada um, com suas incongruências, acabaram por criar guetos. O multiculturalismo é uma gafe?
A ideologia multiculturalista é ambígua, serve para cobrir com roupagens novas o velho racismo. - Cada um em sua casa e deus na de todos… A ideologia multiculturalista parte quase sempre de uma boa intenção; peca então por ingenuidade. Não existem critérios para determinar o famoso limite de tolerância, mas, queiramos ou não, o multiculturalismo conduz ao gueto. Uma coisa é certa, estão melhor integrados os avós e os pais, do que os filhos, porque será?
A capacidade de integrar, e proporcionar a cidadania a milhões de cidadãos alienados, de criar as condições de autêntica pertença a esse princípio espiritual que é a Nação, é necessariamente geradora de frustração, de isolamento comunitário, da busca de sentido onde haja uma possibilidade de o encontrar. Nem por isso se convertem todos em fanáticos dispostos a matar, mas reúnem-se as condições para que alguns o façam. Uma integração harmoniosa não é só por si, uma garantia contra o fanatismo assassino, mas a capacidade de recrutar adeptos ficaria minorada.
Efectivamente, do trabalho de socialização que o estado se mostra incapaz de realizar, se encarrega o Islamismo. Financiado com dinheiro saudita, através dos irmãos muçulmanos, uma enorme rede de organizações, realiza um incrível trabalho de islamização profunda das comunidades muçulmanas. As mesquitas, associações, instituições caritativas e educacionais, em princípio, não são instituições terroristas. A sua estratégia a longo prazo, tem quatro objectivos bem definidos: assegurar o monopólio da representação das comunidades muçulmanas, impedir a assimilação dos muçulmanos da Europa, preservando e afirmando a sua identidade; reforçar a sua própria capacidade de influência na política nacional nos centros de decisão, e transformar paulatinamente o Islamismo numa força política decisiva na Europa.
Existem aproximadamente vinte milhões de muçulmanos na Europa. Estes representam todo o espectro de atitudes religiosas possíveis, desde a indiferença até ao fanatismo.
Os muçulmanos europeus tendem a viver agrupados em comunidades, quase sempre mal integrados, seja nos subúrbios das grandes cidades, como em França, ou em bairros abandonados pela população autóctone, como em Bruxelas ou Londres. São mais pobres, sofrem uma taxa de desemprego elevada. A maioria chegou à Europa em vagas desde a Segunda Guerra, numa altura em que estes precisavam de emprego e a Europa devastada pela guerra, precisava de mão-de-obra para a sua reconstrução. Pela primeira vez na sua história, a Europa encontra-se na difícil situação de ter que integrar uma enorme massa de imigrantes não europeus. Um desafio difícil que custa levar a bom termo.
A maioria dos muçulmanos europeus, concorda com a emancipação da mulher, com o papel que a esta cabe na sociedade, é a favor de um Islão moderado e não considera os europeus hostis ao Islão. Mas não nos enganemos, o Islão continua a ser o principal pólo identitário dos muçulmanos. A integração destas comunidades na Europa não é realmente um êxito. Apesar de milhões de muçulmanos viverem a sua vida sem causarem problemas no país de acolhimento, nem por isso se fundem na cultura que os rodeia. De nada serve ignorar o problema da integração, ele existe.
Na Europa existem dois modelos de integração, o modelo republicano francês e o comunitário britânico. O primeiro tenta integrar as identidades estrangeiras, transformando os imigrantes em franceses. O segundo aposta em preservar as identidades estrangeiras num mosaico de muçulmanos. Nenhum dos dois resulta. Sustentados por sólidas muralhas ideológicas, as tragédias recentes – o assassinato de Theo van Gogh em Amesterdam, os atentados de Londres, e os tumultos nos subúrbios franceses - derrubaram as muralhas e mostraram o fracasso de tal ideologia. Há que reconhecer: os modelos, cada um, com suas incongruências, acabaram por criar guetos. O multiculturalismo é uma gafe?
A ideologia multiculturalista é ambígua, serve para cobrir com roupagens novas o velho racismo. - Cada um em sua casa e deus na de todos… A ideologia multiculturalista parte quase sempre de uma boa intenção; peca então por ingenuidade. Não existem critérios para determinar o famoso limite de tolerância, mas, queiramos ou não, o multiculturalismo conduz ao gueto. Uma coisa é certa, estão melhor integrados os avós e os pais, do que os filhos, porque será?
A capacidade de integrar, e proporcionar a cidadania a milhões de cidadãos alienados, de criar as condições de autêntica pertença a esse princípio espiritual que é a Nação, é necessariamente geradora de frustração, de isolamento comunitário, da busca de sentido onde haja uma possibilidade de o encontrar. Nem por isso se convertem todos em fanáticos dispostos a matar, mas reúnem-se as condições para que alguns o façam. Uma integração harmoniosa não é só por si, uma garantia contra o fanatismo assassino, mas a capacidade de recrutar adeptos ficaria minorada.
Efectivamente, do trabalho de socialização que o estado se mostra incapaz de realizar, se encarrega o Islamismo. Financiado com dinheiro saudita, através dos irmãos muçulmanos, uma enorme rede de organizações, realiza um incrível trabalho de islamização profunda das comunidades muçulmanas. As mesquitas, associações, instituições caritativas e educacionais, em princípio, não são instituições terroristas. A sua estratégia a longo prazo, tem quatro objectivos bem definidos: assegurar o monopólio da representação das comunidades muçulmanas, impedir a assimilação dos muçulmanos da Europa, preservando e afirmando a sua identidade; reforçar a sua própria capacidade de influência na política nacional nos centros de decisão, e transformar paulatinamente o Islamismo numa força política decisiva na Europa.
Publicado no Diário Ateísta, 3 OUT 2009
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