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domingo, 18 de outubro de 2009

Em Cuba, a saúde não é um negócio!...



«Moore viajou para Cuba com três voluntários que haviam trabalhado nas ruínas do World Trade Center, em New York, depois dos ataques de 11 de setembro de 2001. Segundo ele, os voluntários sofrem de problemas de saúde desde que actuaram naquele local e têm dificuldade de acesso aos tratamentos públicos. Moore diz tê-los levado de barco até a base naval estadunidense de Guantánamo - que fica encravada no leste de Cuba e onde Washington mantém suspeitos estrangeiros de terrorismo - para ver se eles receberiam o mesmo atendimento médico gratuito dos detentos. Após serem barrados, eles decidiram ver que tipo de atendimento médico encontrariam em Cuba, cujo governo comunista se orgulha da qualidade de seus hospitais. Excerto do documentário "Sicko" (S.O.S. Saúde), de Michael Moore».
Do anexo que acompanhava o vídeo.


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Em Cuba, a saúde não é um negócio. É um direito do cidadão e um dever do Estado. Os seus cuidados primários, que constituem a base de sustenção de um qualquer serviço de saúde, estão considerados, pela Organização Mundial de Saúde, como um dos melhores do mundo. A medicina cubana tem desenvolvido com muito sucesso a investigação e as formas de tratamento de doenças raras, com pouca incidência e prevalência, e que a indústria farmacêutica negligencia, por questões de rentabilidade.

Recentemente, Portugal recebeu uma bofetada de luva branca da "ilha maldita". quando meia dúzia de autarcas, incomodados e inconformados com o desespero de muitos dos seus munícipes, contratualizaram com o governo de Havana a ida de doentes a Cuba, para serem submetidos a uma operação às cataratas, patologia esta que, tal como as das varizes, é altamente rentável para as clínicas particulares, que tudo fazem, através de alguns médicos que se desdobram entre o público e o privado, para provocar o entupimento dos respectivos serviços hospitalares, alongando assim, em seu benefício, as listas de espera. O Ministério da Saúde completa a conspiração, não promovendo políticas correctas em relação ao aumento do número de médicos e à sua distribuição equitativa pela rede de saúde nacional, ao mesmo tempo que mantém congelados os acessos aos quadros hospitalares das especialidades, agravando perigosamente o hiato geracional, com todas as implicações geradas ao nível da qualidade dos serviços prestados e da continuidade da formação dos especialistas.

Esta realidade social, vivida em Cuba, e que passa à margem do discurso político e da comunicação social, merecia ser estudada, in loco, pelo primeiro ministro e pela ministra da Saúde. Pelo menos, no seu regresso a Portugal, poderiam afirmar que tinham aprendido duas coisas importantes: que um serviço nacional de saúde não pode ser contaminado pelos vícios, pelos erros e pelos logros da medicina privada, e que a promiscuidade dos dois sistemas é lesiva para os superiores interesses dos utentes.

http://video.google.com/videoplay?docid=-8478265773449174245&hl=pt-BR#

Nota: Não foi possível, tecnicamente, transportar este vídeo do Google para o blogue. Fica o link de acesso.

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