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A República, ao dar um grande salto histórico, cortando as amarras do atavismo e do conservadorismo monárquico, marcou decisivamente todo o percurso do século XX e institucionalizou no país os nobres ideais da Revolução Francesa, que os revolucionãrios de 1820 já perseguiam, ao instalarem o primeiro regime constitucional em Portugal.
A germinação do ideário da República, inspirado no jacobinismo francês, foi lenta e difícil. Um país divorciado do progresso, pobre e ignorante, dominado por uma igreja reaccionária e de pensamento medieval, um país vilependiado por uma aristocracia estéril, a remoer a sua impotência imperial e que vivia isolado da Europa, onde fervilhavam todas as vontades de mudança, despoletadas pela Revolução Francesa, exigia um grande esforço e dedicação por parte daqueles portugueses honrados e esclarecidos, que sempre acreditaram na permeabilidade das fronteiras ao avanço das ideias generosas e libertadoras.
Quando José Relvas, no dia 5 de Outubro de 1910, hasteou a bandeira verde-rubra da República, na varanda dos Paços do Concelho, em Lisboa, estava a selar a vitória dos combatentes da Rotunda e a homenagear também todos os republicanos que, ao longo dos últimos noventa anos anteriores, combateram pelo seu ideal.
Nesse dia, nasceu um novo país, que haveria de voltar a renascer, no dia 25 de Abril de 1974.
1 comentário:
Que renasceu em Abril de 74 e que novamente está a fenecer.....
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