Morreu Mercedes Sosa, La Negra, cujas canções emocionaram a América Latina e o mundo. Integrou, no início da década de sessenta, o movimento musical, Nueva Canción, onde desempenhou um papel de relevo, juntamente com o seu primeiro marido. As suas canções eram profundamente marcadas ideologicamente pela constante denúncia do imperialismo norte-americano e pelo protesto contra as desigualdades sociais do seu povo. Criou um estilo musical, onde se cruzavam influências da música africana, cubana, andina e espanhola.
A sua militância política custou-lhe o exílio, durante a ditadura do general Vilela, tendo sido presa, em 1979, em La Plata, durante um concerto que estava a efectuar naquela cidade argentina. Só regressou à sua Pátria, em 1982, quando o regime militar, instaurado em 1976, já se encontrava moribundo, devido à humilhação da guerra das Malvinas. Peronista de esquerda, fez oposição ao presidente Carlos Menem e apoiou, nas eleições presidenciais, Néstor e a actual presidente, Cristina Kirchner, que, ao saber da morte da cantora, antecipou o regresso de uma visita à Patagónia, e decretou três dias de luto nacional.
Também Hugo Chávez se lhe referiu, considerando que Mercedes Sosa lhe "iluminou a vida". O jornal londrino, The Daily Telegraph afirmou que ela foi "uma intérprete incomparável de obras de seu compatriota, o argentino Atahualpa Yupanqui, e da chilena Violeta Parra". Helen Poopper da agência Reuters anunciou sua morte dizendo que ela "lutou contra os ditadores da América do Sul com sua voz e se tornou uma gigante da música latino-americana contemporânea".
Mercedes Sosa nasceu em San Miguel de Tucumán, na província de Tucumán, no noroeste da Argentina e morreu no dia 4 de Outubro, em Buenos Aires, onde vivia. O velório do seu corpo realizou-se no edifício do Congresso Nacional.
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