A REABILITAÇÃO DE CAIM
Ainda não li, mas hei-de lê-lo. Sem pressas, como do antecedente tem acontecido. Nisto de novidades literárias, tenho por costume – ou obsessão – não me deixar ir na crista da onda das novidades. Nestas comidas, gosto mais delas já um pouco reprazadas. Vamos, portanto, não a Caim, que ainda não li, mas a Saramago que tenho vindo a ler.
E quem sou eu para me atrever a dizer o que vou dizer, que sempre gostei menos do homem do que do escritor. Mau feitio, é dizer pouco se tivermos em conta as raivas e algumas indisfarçáveis invejas que verte em os “Cadernos de Lanzarote”, naqueles que ainda consegui ler. E quem diz isto é quem de Saramago tem lido praticamente tudo até “A Viagem do Elefante”, esse ainda não li, e que se atira a defendê-lo com unhas e dentes junto de amigos e conhecidos, alguns sempre prontos a denegrir e a botar opinião sem que dele tenham algum dia lido nem sequer uma linha. Não gostei de tudo o que li, é bom de ver; mas também isso não depende necessariamente da categoria do autor, antes, e muitas vezes, do estado de espírito de quem lê. O que parece não se poder negar, e é isso que interessa, é que Saramago, enquanto escritor, já foi um génio da arquitectura literária e continua inigualável na sua arte de narrar, dê-se a esta afirmação a importância que se entender, vinda como vem deste humilde leitor que não percebe quase nada de literatura… e ainda menos de filosofia.
Mantendo a minha admiração por este extraordinário escritor, com o andar do tempo e da sua obra fui-me apercebendo, no meu bem limitado entendimento, que a sua linha de pensamento se teria ido modificando à medida que dentro lhe esmorecia o vigor da luta político-ideológica. Mergulhou e ressuscitou – que sei eu – em “Levantado do Chão”, com nova alma mandou cá para fora mensagens muito fortes com a “Jangada de Pedra”, o “ Ensaio sobre a Cegueira” e “A caverna”; de permeio produziu, segundo os entendidos na matéria as suas três melhore obras, a saber, “Memorial do Convento”, “O Ano da Morte de Ricardo Reis” e “História do Cerco de Lisboa”. Depois disso, ou para além disso, em vez de mensagens fortes e obras-primas, foi mandando uns recados, mas já mais esmorecidos.
De qualquer modo, um escritor extraordinário, mas também com pés de barro. Coincidência ou não, parece notar-se uma inclinação descendente a partir da Implosão, esse acontecimento de determinante relevância histórica, tanto para os apaniguados como para os inimigos declarados do comunismo. Saramago tudo fez para se libertar dessa mortífera avalancha, mas sem grande sucesso pessoal. Na queda, agarrou-se a uns arbustos das arribas e aí ficou dependurado clamando por alguém que o viesse salvar e, em desespero, foi atirando impropérios que ficaram a ecoar nos ares e algumas pedradas, pouco importando para que lado, na vã esperança que lá do fundo as pessoas voltassem a olhar para ele como olharam com sincero ou fingido orgulho quando, de fraque (muito burguês e capitalista) recebeu o Nobel da Literatura em 1998.
Agora veio com esta fisgada à Bíblia e, de algum modo, a tudo o que cheire a religião. Atirou, acertou e, se calhar, até pensou que tinha feito uma grande proeza. Só que na sua singular situação fez pontaria de esguelha e aí expôs completamente o flanco. E a resposta não tardou, contra o escritor e contra o homem ali dependurado. E atiraram-lhe à cara – e ele sem ter para onde se desviar – com todos os horrores do inabalável credo que até há bem pouco tempo professara, e toma lá mais uma de Estaline, em tudo igual a Hitler e a Mussolini; e toma lá também os progoms e os campos de concentração da Sibéria e, à pala disso, o descrédito que muitos têm por definitivo do projecto da construção do socialismo e do comunismo que tantas canseiras intelectuais deu a Marx e a Engels, e mais tarde a Lenine e a Mao, e a toda a plêiade de homens e mulheres que se empenharam nesta forma peculiar – no mínimo tão válida como qualquer outra – de entendimento do mundo e da construção do seu futuro, hoje, todos eles, por aproveitamento da boleia, feitos diabos da pior espécie.
Razões de sobra até parecem ter os sábios e justos da “velha Europa” e da “sempre nova América”, ao levantarem cada vez mais alto o estandarte desta caduca (e corrupta) democracia e ao berrarem até à rouquidão a palavra liberdade, o ponto culminante, mesmo que agonizante, do processo histórico da Humanidade.
E até parece que vão bem na procissão. Mas que não se esqueçam, já agora, da espoliação e do extermínio dos índios, do tráfico e exploração desumana dos escravos e das centenas de anos de segregação racial, dos horrores do nazismo, das bombas de Hiroshima e Nagasáqui, da chuva de bombas e de napalm no Vietname, do Chile de Pinochet, do Panamá e da Nicarágua, do bloqueio a Cuba, dos fratricídios dos Balcãs, das invasões e mortandades do Iraque e do Afeganistão, e mais recentemente, como fogo a alastrar, sabe-se lá onde este incêndio irá parar, com a Índia e a China mesmo ali ao lado, o núcleo duro das chamadas potências emergentes que começam a constituir uma real ameaça ao domínio mundial.
E a igreja, por esta altura tão ofendida, que também não se esqueça das cruzadas, dos cátaros e demais heresias e seitas de então, e de todas as inquisições ao longo da história da cristandade. Do abandono do povo de Deus no meio das maiores calamidades como aconteceu na Peste Negra ou no genocídio levado a cabo pelos alemães ou, mais recentemente, no que foi a Jugoslávia, onde se viu a Igreja católica, a ortodoxa ou outras quaisquer igrejas cristãs? Onde estão, hoje mesmo, todas essa igrejas, agora e à revelia dos ensinamentos do Mestre, tão prontas a atirar pedras, no conflito sangrento e sem fim à vista do Médio Oriente, nele incluídos, por extensão, os morticínios do Iraque, do Afeganistão e do Paquistão?
E porque não aproveitar esta boleia nas argumentações dum e doutro lado para virar as coisas ao contrário e ficar a ver no que isso pode dar? Se estivesse no lugar de Saramago e não tivesse como ele perdido de todo a fé nuns quaisquer “amanhãs que cantam”, seria eu que me atreveria a ripostar que se não é por alguns crimes efectivos contra a humanidade imputados à Igreja – e às religiões, em geral – que esta morreu ou foi definitivamente liquidada, se não é por outros crimes igualmente cometidos contra as humanas gentes em nome da liberdade e da democracia que esta deixou de se manter como o único regime aceitável na vida em sociedade, então porque se há-de aceitar, e apesar de tudo o que lhe vem sendo assacado, como assunto definitivamente arrumado o processo de construção do socialismo que pensadores tão lúcidos e generosos idealizaram e acalentaram e a que pessoas pelo menos tão boas como as outras hipotecaram a sua liberdade e em muitos casos a própria vida?
Tal como as coisas estão é a Humanidade, no seu conjunto, que tem de se interrogar. E, se calhar, parar para pensar. No presente estado do mundo, quem mais alto falar é quem mais vai errar. E, para começar, talvez não fosse desapropriado todos começarmos a conjugar humanidade com humildade. Porque o paradigma do progresso, a chave do devir humano foi até aqui e continuará a ser daqui para a frente uma coisa tão simples como o poder – o poder entre as nações, o poder no âmbito de cada país, o poder no nosso próprio seio familiar, o poder e a disputa do poder mesmo dentro de cada um de nós, as razões do poder e o poder das razões. O poder, e o amor verdadeiro. E tem sido na dialéctica destes dois fundamentais vectores que a Humanidade vem percorrendo um caminho, cheio de escolhos, é certo, mas que vem deixando atrás de si uma curva com altos e baixos, mesmo assim, de sentido geral ascendente.
Mas, regressando a Saramago, será pura tolice negar o seu extraordinário valor. Fez tudo o que estava à sua mão, com ajuda ou sem ela, para alcançar o grande e invejável galardão, fiando-se, ele o diz, na sua singela máxima de que “ o que tiver de ser meu, às mãos me há-de vir parar”. Depois disso continuou a escrever e a editar, e ainda bem para todos nós, os que continuamos a gostar de o ler e de com a sua leitura nos sentirmos, quantas vezes, maravilhados. Mas desse labor posterior não saiu mais nenhuma obra-prima nem, sequer das de espantar. Por isso não podemos de ânimo leve descartar como infames calúnias algumas insinuações de mal encapotada publicidade. Porque salvo mais rigorosa informação, foi Saramago que na primeira apresentação do livro, que em teoria ninguém ainda teria lido abriu as hostilidades. Mas aí está um assunto que não nos interessa, uns a dizer que sim, outros a negar.
Estou agora a ler este livro; mas isso, para o caso, não me parece ser assim tão importante. O que se poderá dizer, e para terminar, é que com este “herético” gesto Saramago acabou por cuspir na sopa que muitos dos seus leitores, admiradores e amigos estavam a comer. E isso não se faz. Há uns tempos houve alguém que se julgou com poder suficiente, mais que o dos deuses, diga-se, para acabar de vez com a história. Na passada, decretaram também o fim das ideologias. Saramago já tinha desferido umas boas facadas nas utopias. E a gente fica com quê, porra! A Saramago parece que lhe faltava matar Deus, coisa que já fora tentado por tantos outros, nomeadamente por Frederico Nietzsche sem nenhum visível resultado, se calhar, porque Deus é uma criação humana e, que se saiba, não está nas mãos do homem criar nada que vá muito para além da fama.
Ainda não li, mas hei-de lê-lo. Sem pressas, como do antecedente tem acontecido. Nisto de novidades literárias, tenho por costume – ou obsessão – não me deixar ir na crista da onda das novidades. Nestas comidas, gosto mais delas já um pouco reprazadas. Vamos, portanto, não a Caim, que ainda não li, mas a Saramago que tenho vindo a ler.
E quem sou eu para me atrever a dizer o que vou dizer, que sempre gostei menos do homem do que do escritor. Mau feitio, é dizer pouco se tivermos em conta as raivas e algumas indisfarçáveis invejas que verte em os “Cadernos de Lanzarote”, naqueles que ainda consegui ler. E quem diz isto é quem de Saramago tem lido praticamente tudo até “A Viagem do Elefante”, esse ainda não li, e que se atira a defendê-lo com unhas e dentes junto de amigos e conhecidos, alguns sempre prontos a denegrir e a botar opinião sem que dele tenham algum dia lido nem sequer uma linha. Não gostei de tudo o que li, é bom de ver; mas também isso não depende necessariamente da categoria do autor, antes, e muitas vezes, do estado de espírito de quem lê. O que parece não se poder negar, e é isso que interessa, é que Saramago, enquanto escritor, já foi um génio da arquitectura literária e continua inigualável na sua arte de narrar, dê-se a esta afirmação a importância que se entender, vinda como vem deste humilde leitor que não percebe quase nada de literatura… e ainda menos de filosofia.
Mantendo a minha admiração por este extraordinário escritor, com o andar do tempo e da sua obra fui-me apercebendo, no meu bem limitado entendimento, que a sua linha de pensamento se teria ido modificando à medida que dentro lhe esmorecia o vigor da luta político-ideológica. Mergulhou e ressuscitou – que sei eu – em “Levantado do Chão”, com nova alma mandou cá para fora mensagens muito fortes com a “Jangada de Pedra”, o “ Ensaio sobre a Cegueira” e “A caverna”; de permeio produziu, segundo os entendidos na matéria as suas três melhore obras, a saber, “Memorial do Convento”, “O Ano da Morte de Ricardo Reis” e “História do Cerco de Lisboa”. Depois disso, ou para além disso, em vez de mensagens fortes e obras-primas, foi mandando uns recados, mas já mais esmorecidos.
De qualquer modo, um escritor extraordinário, mas também com pés de barro. Coincidência ou não, parece notar-se uma inclinação descendente a partir da Implosão, esse acontecimento de determinante relevância histórica, tanto para os apaniguados como para os inimigos declarados do comunismo. Saramago tudo fez para se libertar dessa mortífera avalancha, mas sem grande sucesso pessoal. Na queda, agarrou-se a uns arbustos das arribas e aí ficou dependurado clamando por alguém que o viesse salvar e, em desespero, foi atirando impropérios que ficaram a ecoar nos ares e algumas pedradas, pouco importando para que lado, na vã esperança que lá do fundo as pessoas voltassem a olhar para ele como olharam com sincero ou fingido orgulho quando, de fraque (muito burguês e capitalista) recebeu o Nobel da Literatura em 1998.
Agora veio com esta fisgada à Bíblia e, de algum modo, a tudo o que cheire a religião. Atirou, acertou e, se calhar, até pensou que tinha feito uma grande proeza. Só que na sua singular situação fez pontaria de esguelha e aí expôs completamente o flanco. E a resposta não tardou, contra o escritor e contra o homem ali dependurado. E atiraram-lhe à cara – e ele sem ter para onde se desviar – com todos os horrores do inabalável credo que até há bem pouco tempo professara, e toma lá mais uma de Estaline, em tudo igual a Hitler e a Mussolini; e toma lá também os progoms e os campos de concentração da Sibéria e, à pala disso, o descrédito que muitos têm por definitivo do projecto da construção do socialismo e do comunismo que tantas canseiras intelectuais deu a Marx e a Engels, e mais tarde a Lenine e a Mao, e a toda a plêiade de homens e mulheres que se empenharam nesta forma peculiar – no mínimo tão válida como qualquer outra – de entendimento do mundo e da construção do seu futuro, hoje, todos eles, por aproveitamento da boleia, feitos diabos da pior espécie.
Razões de sobra até parecem ter os sábios e justos da “velha Europa” e da “sempre nova América”, ao levantarem cada vez mais alto o estandarte desta caduca (e corrupta) democracia e ao berrarem até à rouquidão a palavra liberdade, o ponto culminante, mesmo que agonizante, do processo histórico da Humanidade.
E até parece que vão bem na procissão. Mas que não se esqueçam, já agora, da espoliação e do extermínio dos índios, do tráfico e exploração desumana dos escravos e das centenas de anos de segregação racial, dos horrores do nazismo, das bombas de Hiroshima e Nagasáqui, da chuva de bombas e de napalm no Vietname, do Chile de Pinochet, do Panamá e da Nicarágua, do bloqueio a Cuba, dos fratricídios dos Balcãs, das invasões e mortandades do Iraque e do Afeganistão, e mais recentemente, como fogo a alastrar, sabe-se lá onde este incêndio irá parar, com a Índia e a China mesmo ali ao lado, o núcleo duro das chamadas potências emergentes que começam a constituir uma real ameaça ao domínio mundial.
E a igreja, por esta altura tão ofendida, que também não se esqueça das cruzadas, dos cátaros e demais heresias e seitas de então, e de todas as inquisições ao longo da história da cristandade. Do abandono do povo de Deus no meio das maiores calamidades como aconteceu na Peste Negra ou no genocídio levado a cabo pelos alemães ou, mais recentemente, no que foi a Jugoslávia, onde se viu a Igreja católica, a ortodoxa ou outras quaisquer igrejas cristãs? Onde estão, hoje mesmo, todas essa igrejas, agora e à revelia dos ensinamentos do Mestre, tão prontas a atirar pedras, no conflito sangrento e sem fim à vista do Médio Oriente, nele incluídos, por extensão, os morticínios do Iraque, do Afeganistão e do Paquistão?
E porque não aproveitar esta boleia nas argumentações dum e doutro lado para virar as coisas ao contrário e ficar a ver no que isso pode dar? Se estivesse no lugar de Saramago e não tivesse como ele perdido de todo a fé nuns quaisquer “amanhãs que cantam”, seria eu que me atreveria a ripostar que se não é por alguns crimes efectivos contra a humanidade imputados à Igreja – e às religiões, em geral – que esta morreu ou foi definitivamente liquidada, se não é por outros crimes igualmente cometidos contra as humanas gentes em nome da liberdade e da democracia que esta deixou de se manter como o único regime aceitável na vida em sociedade, então porque se há-de aceitar, e apesar de tudo o que lhe vem sendo assacado, como assunto definitivamente arrumado o processo de construção do socialismo que pensadores tão lúcidos e generosos idealizaram e acalentaram e a que pessoas pelo menos tão boas como as outras hipotecaram a sua liberdade e em muitos casos a própria vida?
Tal como as coisas estão é a Humanidade, no seu conjunto, que tem de se interrogar. E, se calhar, parar para pensar. No presente estado do mundo, quem mais alto falar é quem mais vai errar. E, para começar, talvez não fosse desapropriado todos começarmos a conjugar humanidade com humildade. Porque o paradigma do progresso, a chave do devir humano foi até aqui e continuará a ser daqui para a frente uma coisa tão simples como o poder – o poder entre as nações, o poder no âmbito de cada país, o poder no nosso próprio seio familiar, o poder e a disputa do poder mesmo dentro de cada um de nós, as razões do poder e o poder das razões. O poder, e o amor verdadeiro. E tem sido na dialéctica destes dois fundamentais vectores que a Humanidade vem percorrendo um caminho, cheio de escolhos, é certo, mas que vem deixando atrás de si uma curva com altos e baixos, mesmo assim, de sentido geral ascendente.
Mas, regressando a Saramago, será pura tolice negar o seu extraordinário valor. Fez tudo o que estava à sua mão, com ajuda ou sem ela, para alcançar o grande e invejável galardão, fiando-se, ele o diz, na sua singela máxima de que “ o que tiver de ser meu, às mãos me há-de vir parar”. Depois disso continuou a escrever e a editar, e ainda bem para todos nós, os que continuamos a gostar de o ler e de com a sua leitura nos sentirmos, quantas vezes, maravilhados. Mas desse labor posterior não saiu mais nenhuma obra-prima nem, sequer das de espantar. Por isso não podemos de ânimo leve descartar como infames calúnias algumas insinuações de mal encapotada publicidade. Porque salvo mais rigorosa informação, foi Saramago que na primeira apresentação do livro, que em teoria ninguém ainda teria lido abriu as hostilidades. Mas aí está um assunto que não nos interessa, uns a dizer que sim, outros a negar.
Estou agora a ler este livro; mas isso, para o caso, não me parece ser assim tão importante. O que se poderá dizer, e para terminar, é que com este “herético” gesto Saramago acabou por cuspir na sopa que muitos dos seus leitores, admiradores e amigos estavam a comer. E isso não se faz. Há uns tempos houve alguém que se julgou com poder suficiente, mais que o dos deuses, diga-se, para acabar de vez com a história. Na passada, decretaram também o fim das ideologias. Saramago já tinha desferido umas boas facadas nas utopias. E a gente fica com quê, porra! A Saramago parece que lhe faltava matar Deus, coisa que já fora tentado por tantos outros, nomeadamente por Frederico Nietzsche sem nenhum visível resultado, se calhar, porque Deus é uma criação humana e, que se saiba, não está nas mãos do homem criar nada que vá muito para além da fama.
Viseu, 29Out09
Gertrudes da Silva
Nota do editor: Gertrudes da Silva é escritor, com créditos firmados em três romances, e foi (é) um capitão de Abril.
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