O comandante das tropas da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Nato, na sigla em inglês) na Europa, defendeu hoje
abertamente a entrega de armas a Kiev para ajudar no conflito com os
separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.
"A última solução no leste da Ucrânia será
diplomática e política", defendeu o general norte-americano Philip
Breedlove à margem da conferência de segurança de Munique, saudando a recente
iniciativa franco-alemã para tentar convencer as partes a cessar as
hostilidades.
"Mas não acredito que devamos excluir a
possibilidade de uma opção militar" associada às sanções adotadas pela União
Europeia (UE) e pelos Estados Unidos contra a Rússia.
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O apelo às armas é sempre um péssimo e perigoso
argumento. É a antecâmara de uma declaração de guerra. A Ucrânia é o último
país que falta dominar totalmente, para que a Nato, ao serviço dos EUA,
complete o cerco à Rússia, com a instalação do eufemístico escudo nuclear em
todos os países europeus que confinam com a sua fronteira ocidental. É uma
ameaça para a segurança da Rússia, que assim ficaria em inferioridade
estratégica, no caso de um conflito nuclear.
A Rússia nunca manifestou qualquer intenção
agressiva, no ponto de vista militar, em relação à Europa ou em relação a um
outro qualquer país do mundo. Também não foi a Rússia a mentora belicista nem a
interveniente nos recentes conflitos militares ocorridos no Médio Oriente e no
norte de África. Esse papel foi desempenhado por aquela potência de centuriões
que, em nome da Paz Mundial, está sempre a desencadear guerras, como se a
utilização de veneno em vez de medicamentos fosse a melhor terapia para curar a
doença.
A Rússia está interessada em desenvolver boas
relações diplomáticas com os países europeus, pois são os países do centro e do
leste da Europa os seus principais clientes comerciais. Por sua vez, os EUA, a
fim de justificarem as suas opções belicistas, junto da sua própria opinião
pública e da opinião pública internacional, constroem cenários mediáticos,
irrealistas e fantasmagóricos, de ameaças à paz e à segurança do ocidente, em
relação aos países que acabam por invadir e destruir, e que são bases
importantes da sua estratégia imperialista.
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