1. Pedro Passos Coelho nunca surpreende. Sempre
que existe uma oportunidade para mostrar uma réstea de dignidade pessoal,
alguma ténue preocupação com os cidadãos do seu país ou um lampejo de sentido
patriótico, Passos Coelho exibe a sua natureza e faz a única coisa que sabe:
obedece ao que julga serem os desejos do seu suserano.
Foi assim com a notícia da vitória do Syriza na
Grécia, com o anúncio das primeiras posições do Governo grego e foi assim com a
proposta grega de uma conferência internacional sobre a dívida. Tudo
acontecimentos que qualquer Governo português, independentemente da sua cor
política, deveria receber com algum agrado, porque reforçam a nossa posição
negocial como credores no seio da União Europeia, mas que Passos Coelho
preferiu criticar ecoando os ditames da voz do dono. O Governo grego quer
defender a dignidade e a vida dos gregos e Passos Coelho não suporta esse
atrevimento. Passos Coelho nem percebe como é que Tsipras não considera uma
honra servir os poderosos deste mundo e lamber a sola cardada das suas botas,
deleitando-se na volúpia da submissão. Passos Coelho não é mais papista que o
Papa: é apenas mais alemão do que Angela Merkel e mais obsceno do que Miguel de
Vasconcelos.
jvmalheiros@gmail.com
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O desvario subserviente de Passos Coelho é de
uma indignidade chocante. Tirando o período da dominação espanhola, dos
Filipes, em que a fidalguia indígena queria ser mais castelhana do que
portuguesa, nunca houve um governante português que, tal como Passos Coelho está a fazer, promovesse a sabujice ao estatuto de teoria de Estado e que transformasse a bajulação, aos inamistosos governantes
estrangeiros, num argumento político de primeira grandeza. Passos Coelho está a percorrer a curta
distância que separa o nojo do vómito. E tudo isto com uma vergonhosa
desfaçatez!...
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