Quero que a vaca de
Berlim deixe de dar leite
[Poema panfletário
de sabor anarquista]
Ao povo da Grécia
Quero
que a vaca de Berlim deixe de dar leite
e
que o Lutero de Atenas pregue as suas teses
no
portão vermelho da catedral da Acrópole
Que
o monstro, a abarrotar de banha e maldade,
se
suicide, como o Hitler, nas labaredas do bunker
num
sacrifício perpétuo
em
memória das vítimas da fome
Que
venha a nova Reforma
a
nova Bíblia dos desventurados
rasgar
os céus com raios e coriscos
e
iluminar a esperança dos dias
Abatam-se
ao inventário
os
palácios de todos os vaticanos
o
de Bruxelas e o de Berlim
e
decrete-se o fim das gravatas
dos
fatos cinzentos
dos
sorrisos postiços
dos
salamaleques forçados
e
dos discursos enfatuados a cheirar a mofo
Que
venha a Revolução
amarrem
os agiotas e os lacaios
e
deixem-nos a secar nos ramos das figueiras
Venham
todos para a rua,
com
as bandeiras desfraldadas,
arrancadas do fundo dos baús,
para
celebrar o fim da escravatura
Venham,
venham todos
para
exorcizar a tortura da ditadura dos mercados
destruir
os buracos cavernosos dos off-shores
e
ouvir o último arroto dos banqueiros
Venham,
venham todos!...
Alexandre
de Castro
1 comentário:
muito bem mas é ofensivo para as vacas que são animais bem simpáticos e não exploram, são explorados e comidos. as vacas somos nós, a monstra é a ordenhadora-mor.
Li Dias
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