A Espanha emprestou 26 mil milhões de euros à
Grécia quando também atravessava uma grave crise e não vai apagar esta dívida,
advertiu hoje o ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos.
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A melhor
maneira de dizer uma mentira é começar por dizer uma verdade ou omitir parte dessa
verdade. Foi o que fez o ministro da Economia espanhol, Luis Guindos. Ocultou, por
sua conveniência, parte da verdade, o que é o processo escolhido pelos
políticos para dizerem mentiras. Guindos ocultou o valor do empréstimo, que o
governo espanhol contraiu, a fim de recapitalizar os bancos espanhóis, e que
foi de 100 mil milhões de euros, valor superior ao da totalidade do empréstimo concedido
pelas instituições da troika a Portugal, que foi de 72 mil milhões de euros.
Confiando que as pessoas não têm memória, pois esse empréstimo ao governo espanhol
remonta a Junho de 2012, também não indicou os respetivos credores. Da maneira
com apresentou a situação, até parece ter querido insinuar que o empréstimo foi contraído
no mercado financeiro. Habilidade manhosa. O empréstimo foi contraído junto das
instâncias europeias (ver aqui), para cujos cofres contribuem todos os países
da União Europeia, incluindo a Grécia, naturalmente, asserção que reduz o
dramatismo que o ministro pretendeu incutir na opinião pública. Assim,
poderemos dizer que a Espanha não deu nada à Grécia, que que a Grécia não tenha
dado à Espanha, embora sendo certo que os valores monetários dos empréstimos em
causa tivessem sido diferentes.
Os governos de Espanha e de Portugal
comportam-se como verdadeiras marionetes telecomandadas pela Alemanha (há
sessenta anos, Hitler também tinha Franco e Salazar como fiéis aliados), dizendo
em público aquilo que Merkel e os seus ministros, em função dos códigos do politicamente
correto, só podem dizer em privado.
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