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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Grécia. Três cenários para a dívida [Pode aparecer um quarto cenário]

Tsipras e uma das sombras que o perseguem, 
a do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem

As eleições gregas baralharam o xadrez político europeu. O braço de ferro só agora vai começar e há várias saídas possíveis. O Expresso deixa algumas pistas.
Vai a Grécia a caminho da bancarrota? Muitos investidores dão sinais de acreditar que sim mas nos mercados as coisas mudam de um dia para o outro. Tudo se joga na abertura negocial que Alexis Tsipras conquistar na cimeira europeia informal de 12 de fevereiro e na negociação que o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, fechar na reunião do Eurogrupo de 16 de fevereiro. A ronda que Varoufakis vai realizar a Londres, Paris e Roma para a semana poderá dar um primeiro sinal.

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Pode aparecer um quarto cenário

Perante a obstinada intransigência dos principais governos da zona euro de bloquearem a iniciativa do Syrisa, pelo menos, deveria ser reconhecido à Grécia o direito de ser reembolsada, a preços atuais e com os respetivos juros, da dívida que, juntamente com outros países credores, perdoou à Alemanha, em 1953, na Conferência de Londres, e que  permitiu a este país poder apostar no seu desenvolvimento industrial. A Alemanha não seria o que é hoje, se a sua colossal dívida, constituída pelas indemnizações devidas pelas duas guerras mundiais, que desencadeou na Europa, não tivesse sido perdoada.
A arrogante intransigência das instituições europeias, assim como qualquer retaliação a nível financeiro, em relação à Grécia, podem levar este país a suspender definitivamente o pagamento da sua dívida à Europa e a ter de pedir auxílio à Rússia, para um generoso financiamento posterior, e, concomitantemente, a tomar a histórica decisão de sair do euro, da UE e da NATO. Abria-se, assim, uma oportunidade para a Rússia de vingar as provocações perpetradas pelos países ocidentais no leste da Ucrânia. Seria um autêntico terramoto político e uma viragem surpreendente do rumo da História.
Não esquecer que a Grécia e a Rússia têm uma grande afinidade cultural, através da religião. Embora com ritos diferentes, ambos os países seguem o cristianismo ortodoxo. Isto ajudaria muito.

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