Tsipras e uma das
sombras que o perseguem,
a do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem
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As eleições gregas baralharam o xadrez político
europeu. O braço de ferro só agora vai começar e há várias saídas possíveis. O
Expresso deixa algumas pistas.
Vai a Grécia a caminho da bancarrota? Muitos
investidores dão sinais de acreditar que sim mas nos mercados as coisas mudam
de um dia para o outro. Tudo se joga na abertura negocial que Alexis Tsipras
conquistar na cimeira europeia informal de 12 de fevereiro e na negociação que
o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, fechar na reunião do Eurogrupo de 16
de fevereiro. A ronda que Varoufakis vai realizar a Londres, Paris e Roma para
a semana poderá dar um primeiro sinal.
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Pode
aparecer um quarto cenário
Perante a obstinada intransigência dos
principais governos da zona euro de bloquearem a iniciativa do Syrisa, pelo
menos, deveria ser reconhecido à Grécia o direito de ser reembolsada, a preços
atuais e com os respetivos juros, da dívida que, juntamente com outros países
credores, perdoou à Alemanha, em 1953, na Conferência de Londres, e que permitiu a este país poder apostar no seu
desenvolvimento industrial. A Alemanha não seria o que é hoje, se a sua
colossal dívida, constituída pelas indemnizações devidas pelas duas guerras
mundiais, que desencadeou na Europa, não tivesse sido perdoada.
A arrogante intransigência das instituições
europeias, assim como qualquer retaliação a nível financeiro, em relação à
Grécia, podem levar este país a suspender definitivamente o pagamento da sua
dívida à Europa e a ter de pedir auxílio à Rússia, para um generoso financiamento
posterior, e, concomitantemente, a tomar a histórica decisão de sair do euro,
da UE e da NATO. Abria-se, assim, uma oportunidade para a Rússia de vingar as
provocações perpetradas pelos países ocidentais no leste da Ucrânia. Seria um
autêntico terramoto político e uma viragem surpreendente do rumo da História.
Não esquecer que a Grécia e a Rússia têm uma
grande afinidade cultural, através da religião. Embora com ritos diferentes,
ambos os países seguem o cristianismo ortodoxo. Isto ajudaria muito.
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