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Imagino que a construção deste instrumento musical tenha exigido uma profusão de cálculos matemáticos, idêntica à exigida para o projecto de construção de um edifício com muitos andares. É o imperialismo da Física, de que tanto se queixava o filósofo Ortega y Gasset, quando denunciava a tentativa desta ciência particular exercer o seu domínio sobre as vias que conduziam ao conhecimento absoluto, em detrimento da Filosofia, que, para ele, e também para nós, seria a única disciplina vocacionada, em virtude do seu método, para ambicionar tal desiderato, embora assumindo sempre a inacessibilidade à causa primeira e a impossibilidade de obter respostas definitivas. Por isso, apetece dizer que a Filosofia não nos dá música!
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