No dia em que deixou o cargo de responsável máximo da Direcção Geral de Segurança do regime franquista, para semanas depois ser nomeado embaixador de Espanha em Berlim, o conde de Mayalde, amigo de Himmler, assina uma ordem, dirigida a todos os governadores civis espanhóis, para que sejam recolhidas informações de cerca de seis mil judeus sefarditas, residentes em Espanha. Essa lista, pedida com urgência, e que mobilizou milhares de falangistas e elementos da Guarda Civil, na recolha de informações, teria sido entregue a Himmler, em Berlim, pelo próprio conde, e poderia ter vindo a constituir, certamente, uma preciosa base de dados, que facilitaria o rápido extermínio daqueles judeus, caso a Espanha tivesse entrado na guerra ao lado da Alemanha.
Uma ano antes, já o conde de Mayalde tinha negociado com Himmler, então de visita a Espanha, a concessão do estatuto diplomático à polícia secreta alemã, que assim poderia, sem qualquer obstáculo legalista, vigiar os alemães que viviam naquele país.
O único exemplar existente daquela sinistra ordem, assinada pelo conde de Mayalde (todos os outros documentos foram destruídos para não deixar rastos da colaboração de Franco no Holocausto) , foi encontrado por acaso por um jornalista judaico no Arquivo Histórico Nacional, e proveniente do Governo Civil da Saragoça.
Fica assim provada a colaboração do regime de Franco na política de extermínio dos judeus na Europa, levada a cabo pelo III Reich.
Sem comentários:
Enviar um comentário