O Relatório da Competitividade 2009,
apresentado pela AIP em Novembro,
indicava que a produtividade por pessoa
empregada em Portugal, correspondia
em 2008, a 70,8 por cento do valor médio
da UE, sendo apenas superior ao nível da
Polónia.
É na baixa produtividade da economia portuguesa que se encontra a raiz dos principais problemas da competitividade do país. E de nada vale apregoar que é necessário aumentar as exportações, para se poder regressar à convergência de crescimento com os países europeus, se os governos e os empresários não enfrentarem com rigor este problema. E a solução passa pela revisão de toda uma política errada, que há décadas tem vindo a ser aplicada, mas, que de momento, com a violenta erupção da crise internacional e com o aparecimento de novos concorrentes, no Leste da Europa, a disputarem, com vantagem, o nosso espaço económico, se revelou ainda mais desajustada. O modelo económico dos últimos trinta anos esgotou-se, e irá ser muito difícil e doloroso mudar de paradigma, já que qualquer reconversão a este nível apenas irá dar resultados daqui por alguns anos.
A falta de qualificação profissional de empresários, gestores e trabalhadores é o grande factor apontado para justificar a insuficiente produtividade da economia portuguesa, que é medida pelo quociente entre o total do Valor Acrescentado Bruto (VAP) e o número de trabalhadores, e isto não se resolve do pé para a mão, nem com medidas avulsas, ao sabor dos ciclos eleitorais e das conivências e conveniências do governo de turno e dos empresários. A solução passa por reformas profundas na educação, na formação profissional e na formação profissional contínua, orientadas no sentido de formar cidadãos aptos para um bom desempenho profissional.
O outro grande factor a prejudicar a performance da produtividade reside na organização e métodos da gestão da empresas, onde os nossos empresários e gestores evidenciam grandes carências e fragilidades.
Um terceiro factor, e este normalmente não é referido, por arcaico preconceito utilitarista, refere-se aos trabalhadores. À má qualificação profissional, junta-se a pouca motivação, por culpa de um patronato que ainda não percebeu que os baixos salários, o prolongamento do horários de trabalho e a precariedade não estimulam ninguém.
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