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Não sei se estas fotografias, enviadas pelo Pedro Frias, seguidor deste bogue, se referem à favela das Celebridades, da Chumbada, da Maré, da Rocinha, de Acari, ou de uma outra qualquer, das muita que existem no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e em S. Paulo. Só sei que são as bolsas de miséria, que o desenvolvimento do Brasil ainda não apagou do mapa. Elas existem, na sua brutalidade chocante, e a mim parecem-me todas iguais, a confirmar nivelamentos sociais. E de tal maneira são iguais que todas elas cabem na definição operacional das Nações Unidas: um território onde se verifica acesso insuficiente à água potável, ao saneamento básico e a outras infraestruturas, além de se caracterizar pela má qualidade da habitação, superlotação populacional, estruturas residenciais inseguras e pelo baixo nível socioeconómico dos seus residentes.
É também a rota do crime e do tráfego da droga, alternativa que fica para quem nunca poderá encontrar um trabalho minimamente digno, mesmo que precário e mal pago. É o mundo obscuro da violência entranhada, que nunca poderá ser eliminado com rusgas policiais.
Apesar dos níveis de pobreza no Brasil terem diminuído nos últimos anos, as profundas desigualdades mantêm-se, assim como a população das favelas aumenta, devido a uma taxa de natalidade descontrolada.
Segundo Pedro Frias, as favelas ameaçam a reputação dos Jogos Olímpicos, que se realizam em 2016. E, para já, a resposta das autoridades apenas se circunscreve ao nível policial.
Em próximos posts, serão publicadas as restantes fotografias.
2 comentários:
Apenas uma pequena correcção.
No mail que enviei não me referia às favelas como ameaças para a reputação dos Jogos Olímpicos de 2016. Aliás, o intuito de ter enviado esta fotoreportagem foi claramente no sentido inverso.
Assim sendo, penso, e sobretudo desejo, que a 7 anos da realização dos JO no Rio de Janeiro as entidades e organizações brasileiras olhem de uma vez por todas para as favelas.
Este "olhar/actuar" que desejo não aponta, tal como parece estar a acontecer, para o incremento de uma linha repressiva, violenta e estigmatizada nas favelas. Muito pelo contrário.
O que penso ser fundamental é a planificação e implementação de acções de combate à pobreza e de inserção social. Isto sim, deduzo eu que estou longe e não vivo o drama de perto, poderá transformar a vida de milhares de pessoas que hoje habitam as favelas do Rio de Janeiro, dando-lhes condições condignas e humanas para o desenvolvimento da sua vida.
Para terminar dizer que penso que a verdadeira ameaça, na minha opinião,virá de actos repressivos e violentos que apenas criarão um "caldo social" difícil de controlar não só durante a realização dos JO mas antes e depois desse mesmo acontecimento.
Isto é, a verdadeira ameaça estará na ausência de políticas sociais, da responsabilidade directa do Governo brasileiro, que apontem numa clara linha de combate à pobreza, de melhoria das condições de vida, de inserção social e redução do estigma do Mundo relativamente às favelas.
Está feita a devida rectificação do Pedro Frias, a quem agradeço a colaboração.
Alexandre de Castro
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