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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O abastardamento da Medicina?

O governo oficializou hoje na Universidade
de Aveiro (UA) a criação de um novo curso
de medicina. Trata-se de um mestrado com
uma duração de quatro anos - destinado a
alunos que já detenham uma licenciatura
na área da saúde - que, segundo considerou
o primeiro-ministro, virá combater a falta
de médicos do país.
PÚBLICO
.
Espero que esta iniciativa, inédita no contexto do ensino da Medicina, não seja uma fórmula mágica e abastardada para formar médicos a baixo custo e de inferior qualidade técnica, para preencherem as vagas dos Médicos de Família, no interior do país, passando a coexistir, em conflito permanente, dois tipos de médicos, os de primeira e os de segunda. Uns destinados ao Serviço Nacional de Saúde, que este governo vai esvaziando progressivamente, sem o cidadão se aperceber, e, os outros, os oriundos das Faculdades de Medicina, a engrossarem o sistema de saúde dos privados, que paulatinamente vão preenchendo as lacunas do serviço público.
Já agora, deixamos a sugestão aos veterinários para se candidatarem a este inovador mestrado, já que possuem também uma licenciatura na área da saúde. Da parte da manhã atendiam as vacas, os cães, os gatos e os piriquitos, e, à tarde, atendiam os humanos. Seria um duplex perfeito, um dois em um, perfeitamente rentável.
Com os enfermeiros, a rentabilidade ainda seria maior. O mesmo profissional passaria a exercer em simultâneo as duas funções, nos hospitais e nos centros de saúde.
Porque não se lembraram disto há mais tempo?
Penso que José Sócrates apanhou esta luminosa ideia, quando andou a tirar o seu curso de engenharia na Universidade Independente.

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