Em 14 de Novembro afirmava-se no Alpendre da Lua:
Por várias vezes já aqui se escreveu que Portugal não pode ser governado por um primeiro ministro, sob suspeita permanente. A credibilidade da política exige a elevação moral dos governantes...
Em 2 de Dezembro, a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirmava:
Não é bom para o país ter um primeiro-ministro sob suspeita".
Um processo semelhante ocorreu com a posição assumida aqui, no Alpendre da Lua, em relação à necessidade de trazer para o discurso político o caso das escutas que envolveram Armando Vara e José Sócrates, autonomizando-o do respectivo processo judicial. Dias depois, Manuela Ferreira defendeu a mesma ideia na Assembleia da República.
É caso para dizer que Manuela Ferreira Leite anda a ler o Alpendre da Lua.
No entanto, julgo que irá deixar de o ler, quando se aperceber que o Alpendre da Lua, por antecipação, está a lançar a ideia de que o combate à corrupção dos políticos, embora se enalteça a bondade dos projectos do PCP e do BE sobre essa matéria, só será eficaz quando se proibir o financiamento dos partidos por entidades empresariais, e a sua contabilidade for controlada pelo Tribunal de Contas, sob uma outra abordagem, que incluiria o procedimento da análise do realismo e veracidade das receitas e das despesas, para poder detectar-se "o enriquecimento ilícito partidário".
A este nível, o PSD tem o mesmo comportamento promíscuo do PS. Ambos se encontram envolvidos numa complexa rede de interesses e conivências com os grupos económicos, recebendo das empresas avultadas doações em dinheiro, algumas delas não contabilizadas em nenhumas das respectivas contabilidades. Os sacos azuis não são um exclusivo da Câmara Municipal de Felgueiras!
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