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domingo, 5 de julho de 2009

Irão: A armadilha dos ayatollahs

A armadilha dos ayatollahs

O regime dos ayatollahs, do Irão, ao escolher cirurgicamente a Grã-Bretanha como alvo preferencial da sua provocação, prendendo nove funcionários da sua embaixada em Teerão e ameaçando julgar dois deles, colocou em marcha a sua estratégia para legitimar internacionalmente a reeleição de Almadinejad e de afastar as atenções dos media da forte contestação interna a que está sujeito. Ao poupar os Estados Unidos, cujos ataques ficaram a cargo das segundas figuras do regime, os ayatollahs não fecham definitivamente as portas ao reinício das negociações sobre o dossier do nuclear, desejado e proposto por Washington. A prisão dos nove funcionários britânicos também explorou as fragilidades da União Europeia, onde, devido à ausência de uma política externa comum, é difícil encontrar unanimidade em relação às sanções diplomáticas propostas por Londres, e que consistiriam na retirada de Teerão dos embaixadores do 27 países europeus, para assim provocar o isolamento internacional do regime teocrático dos ayatollahs.
Os aytollahs sabem que, se a unanimidade europeia não for alcançada, o que é o mais provável, e se os Estados Unidos não se associarem convictamente às propostas dos britânicos ou, o que será mais dramático, se Obama transmitir algum sinal de que pretende reatar o diálogo com Teerão sobre o nuclear, o seu regime irá ganhar a batalha iniciada com as grandes manifestações de protesto dos iranianos contra as fraudes eleitorais que reelegeram o candidato preferido pelo Supremo Líder, o ayatollah Ali Khamenei.
Por enquanto, a guerra ainda é apenas diplomática. Se os acontecimentos se precipitarem e o Ocidente pressentir o perigo de vir a ser pressionado pela ameaça de um boicote do fornecimento do petróleo iraniano, a guerra será um cenário provável.
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1390268&idCanal=11

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