Roberto Micheletti, o presidente dos golpistas
Num texto anterior, em relação ao golpe de Estado dos militares das Honduras, que depuseram e exilaram o presidente eleito, Manuel Zelaya, levantávamos a dúvida se não teria havido uma decisiva interferência de um país estrangeiro, tal era a evidente confiança dos golpistas perante a extrema dureza da condenação da Organização dos Estados Americanos (OEA), que acabou por expulsar transitoriamente do seu seio aquele país. Também a rápida declaração de apoio aos golpistas por parte da igreja católica hondurenha levantou suspeitas, já que a sua experiente diplomacia reage sempre com muita prudência perante estas alterações ao nível do poder político, para evitar ficar constrangida e isolada se os seus cálculos vierem a mostrar-se errados.
Por sua vez, o presidente deposto, numa reviravolta surpreendente, iniciou no último ano um processo de aproximação a Hugo Chavez, presidente da Venezuela, situação que não seria do agrado de Washington. Os Estados Unidos tudo têm feito para anular a contaminação da influência do presidente venezuelano no continente, onde o seu discurso e a sua revolução boliveriana lhe tem dado dores de cabeça. Apesar deste desconforto, o presidente Obama condenou o golpe, embora sem muita convicção. A própria OEA tem paulatinamente recuado nas suas posições. Estava programado que dois chefes de Estado da América do Sul acompanhariam Manuel Zelaya na viagem de avião, de regresso a Tegucigalpa, a capital, para o instalarem novamente na presidência, jogando todo o seu peso institucional para fazerem recuar os revoltosos. Não passaram das intenções, esses dois presidentes. Por sua vez, Roberto Micheletti, inimigo visceral de Manuel Zelaya, e que ocupou o seu lugar, evidencia uma segurança surpreendente perante as pressões da OEA, que não deseja ver regressar o continente às ditaduras militares do século vinte.
De um momento para o outro, como tendo percebido a verdadeira posição dos Estados Unidos em relação ao golpe, os países ocidentais deixaram de fazer protestos, situação que não se verifica quando se trata de denunciar os governos desalinhados com a sua política e que passam por situações semelhantes.
Por tudo isto, e também pela longa tradição da CIA na desarticulação de governos que são hostis aos interesses dos Estados Unidos, somos levados a crer que os militares hondurenhos e as forças políticas, que imediatamente os apoiaram, não actuaram sozinhos. Talvez Hugo Chavez já tenha percebido isto, e concluído que a grande encenação de protesto não tenha passado disso mesmo, uma bem montada encenação para encobrir secretas conivências.
Por sua vez, o presidente deposto, numa reviravolta surpreendente, iniciou no último ano um processo de aproximação a Hugo Chavez, presidente da Venezuela, situação que não seria do agrado de Washington. Os Estados Unidos tudo têm feito para anular a contaminação da influência do presidente venezuelano no continente, onde o seu discurso e a sua revolução boliveriana lhe tem dado dores de cabeça. Apesar deste desconforto, o presidente Obama condenou o golpe, embora sem muita convicção. A própria OEA tem paulatinamente recuado nas suas posições. Estava programado que dois chefes de Estado da América do Sul acompanhariam Manuel Zelaya na viagem de avião, de regresso a Tegucigalpa, a capital, para o instalarem novamente na presidência, jogando todo o seu peso institucional para fazerem recuar os revoltosos. Não passaram das intenções, esses dois presidentes. Por sua vez, Roberto Micheletti, inimigo visceral de Manuel Zelaya, e que ocupou o seu lugar, evidencia uma segurança surpreendente perante as pressões da OEA, que não deseja ver regressar o continente às ditaduras militares do século vinte.
De um momento para o outro, como tendo percebido a verdadeira posição dos Estados Unidos em relação ao golpe, os países ocidentais deixaram de fazer protestos, situação que não se verifica quando se trata de denunciar os governos desalinhados com a sua política e que passam por situações semelhantes.
Por tudo isto, e também pela longa tradição da CIA na desarticulação de governos que são hostis aos interesses dos Estados Unidos, somos levados a crer que os militares hondurenhos e as forças políticas, que imediatamente os apoiaram, não actuaram sozinhos. Talvez Hugo Chavez já tenha percebido isto, e concluído que a grande encenação de protesto não tenha passado disso mesmo, uma bem montada encenação para encobrir secretas conivências.
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