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Além de injusto, o novo plano, hoje anunciado, continua a ignorar, por interesse próprio dos governantes e dos lobies que o controlam, os necessários cortes na despesa do Estado, que continua sobredimensionada em relação ao PIB, em comparação com a média europeia, constituindo-se parte dela num verdadeiro desperdício, que só prejudica o crescimento económico.
A esta irracionalidade económica, acrescenta-se agora uma outra, talvez de muito maior impacto. Ao aumentar todos os impostos, para obter mais receita, o governo está a ser o coveiro do país, já que, neste sombrio quadro, vai fazer diminuir o consumo e o investimento, não favorecendo o crescimento do PIB, que nem sequer pode receber o contributo do crescimento das exportações, já que a procura dos nossos clientes diminuiu e também porque todos os países trabalham a mesma estratégia de crescer por esta via.
Se a economia portuguesa já estava anémica, ela irá ficar moribunda nos próximos anos. Acresce ainda que, com a diminuição previsível do consumo, conjugadamente, o aumento da carga fiscal proposto para as pequenas e médias empresas vai acelerar o ritmo das falências, que já é elevado, desencadeando a jusante mais desemprego e mais despesa para a Segurança Social, o que vai obrigar o governo, na coerência da sua tese, a aumentar, mais tarde ou mais cedo, os cortes nas prestações sociais, principalmente ao nível do subsídio de desemprego.
O grande capital e a direita rejubilaram com este plano. A bênção do PSD às novas medidas propostas pelo governo socialista (?) é um sinal evidente desse contentamento. Aos espoliados apenas resta o protesto, a indignação e a revolta.
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