da União Europeia (UE) vão ter de concluir hoje,
durante uma reunião convocada de emergência
em Bruxelas, os detalhes de um mecanismo
concebido na sexta-feira à noite pelos líderes
dos 16 do euro para socorrer os países que
enfrentem dificuldades de financiamento.
PÚBLICO
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Segundo alguns especialistas, a União Europeia acordou tarde de mais para uma realidade, que nunca quis admitir, e talvez já não vá a tempo de corrigir a trajectória das subidas de juros da renegociação das dívidas a curto prazo dos países com maiores debilidades financeiras, onde se inclui Portugal.
Pela primeira vez, e ao contrário do que acontece numa situação normal, os juros dos empréstimos a curto prazo, na zona euro, já são superiores aos juros dos empréstimos a longo prazo, o que comprova a grande preocupação dos bancos credores, que, depois de terem recebido dos estados o dinheiro dos contribuintes para reequilibrarem os seus balanços, após o colapso financeiro dos bancos dos Estados Unidos, regateiam agora os empréstimos a esses mesmos estados. Contradições insanáveis do sistema!
Por outro lado, não é de esperar que o plano de apoio gizado ontem pelos primeiros-ministros europeus, e que, hoje, está ser trabalhado pelos ministros da Finanças, venha a ser entusiasmante para os operadores financeiros. A economia dos países europeus, incluindo a da Alemanha, encontram-se em estado de estagnação, não conseguindo o crescimento económico desejado, à custa do aumento das suas exportações, já que a China e os Estados Unidos, os dois principais clientes, estão a diminuir gradualmente a respectiva carteira de encomendas. A China, porque vai subindo o seu patamar, incorporando cada vez mais tecnologia na sua produção industrial, e, os Estados Unidos, porque, contrariando o Consenso de Washington, que deu o impulso à liberação dos mercados de capitais, começou a recuperar indústrias que tinham cessado a actividade, devido à deslocalização.
Assim, a economia europeia começa a ficar ensanduichada entre os dois colossos económicos, e sem espaço para crescer. E é essa percepção que leva os mercados a duvidar da capacidade da UE, principalmente os países do sul, de gerarem receitas para poder pagar as dívidas. E esse é que é o problema!
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