Retirado do blogue O Vigia
A esta hora, já Barack Obama se encontra em Moscovo, para a sua primeira cimeira com os dirigentes da Rússia. Não existem grandes expectativas para avanços substanciais nas relações entre os dois países. Os governantes russos duvidam das boas intenções do Ocidente, cujos governos, ainda imbuídos da mentalidade da Guerra Fria, teimam em fazer o cerco ao seu país, quer insistido na instalação de um escudo antimíssil na Europa Central, quer pretendendo alargar a NATO a países da antiga órbita soviética. Qualquer avanço que possa ocorrer nesta cimeira tem de tomar em consideração estas duas questões, vitais para o interesse da Rússia.
Pelo meio, existem outras questões, como a renegociação do START1, que expira em Dezembro próximo, e que poderá ser acelerado, se for conseguida alguma distensão na reunião de Moscovo.
É sabido que ao imperialismo americano não interessa uma Rússia com protagonismo internacional, já que se trata de um país que, com o seu poderio militar e a sua crescente importância económica, poderá constituir um obstáculo à sua ambição hegemónica. O caso do Irão é paradigmático. A Rússia utilizou sempre, e com êxito, a sua influência na ONU, para contrariar as propostas de sanções extremas propostas pelos Estados Unidos. E sem o apoio da Rússia, será difícil aos Estados Unidos evitar a nuclearização do regime dos ayatollahs.
A margem de manobra de Obama é, pois, muito estreita. Se pretender conquistar a médio e a longo prazo a confiança e a colaboração da Rússia, terá de seguir o conselho do Financial Times, quando alertava que “a única maneira de persuadir a Rússia, é envolver a Rússia”.
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