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sábado, 20 de junho de 2009

Um Poema ao Acaso (10): Bojudo fradalhão de larga venta- Bocage



Bojudo fradalhão de larga venta


Bojudo fradalhão de larga venta,
abismo imundo de tabaco esturro,
doutor na asneira, na ciência burro,
com barba hirsuta, que no peito assenta:

No púlpito um domingo se apresenta;
prega nas grades espantoso murro;
e acalmado do povo o grão sussurro
o dique das asneiras arrebenta.

Quatro putas mofavam de seus brados
não querendo que gritasse contra as modas
um pecador dos mais desaforados.

“Não (diz uma), tu padre não me engodas;
sempre me há-de lembrar por meus pecados
a noite em que me deste nove fodas!”

Bocage

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