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domingo, 21 de junho de 2009

Irão: Ou vão a bem ou vão a mal! Eis a questão para a América.




No Irão, não está apenas a discutir-se, na violência das ruas ou nas conspirações dos gabinetes, quem vai ganhar este braço de ferro pós-eleitoral. Se serão os ultras do guia espiritual, ayatollah Ali Khmenei, e do presidente Amaadinejad, aos quais se junta o terrível Savati, chefe dos fanatizados Guardas da Revolução, ou se serão os pragmáticos de Rafsanjani, ou do reformista Katami. Discute-se também a aprovação ou a rejeição da próxima guerra, que os Estados Unidos têm na agenda, há muito tempo, se o Irão vier a constituir-se, através da construção de armas nucleares, numa ameaça ao seu incontestável domínio no Médio Oriente.

Dominado o Iraque de Sadam Hussein, com custos elevadíssimos em vidas humanas e bem materiais, falta apenas torcer o pescoço ao país dos ayatollahs, já que a Síria, depois, cairá por si.

É bem visível a oposição dos iranianos aos ayatollahs, oposição que se apoia no descontentamento das classes médias das cidades, e que não enjeitam a possibilidade de um regime ocidentalizado, como alternativa ao radical fundamentalismo do regime teocrático, fundado, em 1979, pelo ayatollaha Khomeini, que consolidou o seu poder, não através de um messianismo redentor, mas mobilizando o povo contra um inimigo externo, o Grande Satã.

E os serviço secretos ocidentais aproveitaram bem esse crescente descontentamento, apoiando todos os movimentos de contestação. Em Abril de 2007, Ray Takyle, do Forcing Affairs, afirmava que os Estados Unidos deviam normalizar as relações com o Irão, apoiando-se nos pragmáticos de Rafsanjani e marginalizando os ultras, os detentores do poder. É o que está a acontecer. Nunca se viu um presidente americano a desdobrar-se em tantas declarações sobre o processo eleitoral de um país estrangeiro, como está a fazer o presidente Obama em relação ao Irão. E a mensagem, uma vez descodificada, é muito simples: ou vão a bem ou, então, irão a mal.

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