Foto-jornalismo: A arte do instantâneo
A reportagem do quotidiano ficaria incompleta sem o contributo da fotografia. E é por isso que o foto jornalismo é indispensável na imprensa escrita, onde, com a sua força visual, complementa o texto, e, por vezes, o suplanta na expressividade da mensagem. A fotografia concentra a carga emocional da realidade, surpreende o insólito, denuncia a brutalidade e a violência, devolve-nos os rostos doridos das vítimas e os rostos belos das crianças e das mulheres, faz-nos chorar e faz-nos rir, transportando-nos pelo mundo, para nos mostrar os seus dramas e tragédias, bem como o que de cómico e caricato enriquece a vida.
São os foto-jornalistas os grandes obreiros desse registo, por vezes correndo o risco da própria vida, ao conseguirem fazer parar o tempo durante um segundo para imortalizarem perpétuamente um instantâneo da realidade em movimento.
Para apresentar as fotografias de 2008, seleccionadas pela Reuters, recorri a duas fotografias imortais, captadas na guerra do Vietname, e a uma outra, não menos célebre, captada na Guerra Civil de Espanha. A primeira apanhou em fuga desesperada e dolorosa as crianças vietnamitas queimadas pelas bombas de napalm americanas. A segunda, exibe o exacto momento em que o chefe da polícia de Saigão abate à queima roupa um vietcong, ao ponto de se ter conseguido fixar ma imagem o desalinho do cabelo, provocado pelo impacto da bala. A terceira, mostra o momento em que um miliciano republicano é atingido mortalmente em combate.Estas três fotografias correram o mundo, mostrando a bestialidade da guerra. Considero-as as melhores fotografias de todos os tempos, porque elas conseguem exibir a guerra e a morte, bem como a violência que as alimenta.
http://static.publico.clix.pt/docs/mundo/2008mundo/
Ao amigo João Fráguas, agradeço o envio das fotografias da Reuters
Sem comentários:
Enviar um comentário