Se em 1958, com Humberto Delgado, se demonstrou que já era possível fazer tremer o ditador, em 1969 provou-se que o regime já se encontrava em decadente agonia, desorientado com o impasse da Guerra Colonial, onde a solução militar se mostrava inviável, e com a crescente contestação interna, principalmente a dos estudantes universitários. Os estudantes de Coimbra, dando continuidade às lutas de 62 e 65, conduziram com enorme coragem e grande determinação um processo de luta, que culminou na grande humilhação infligida a Américo Tomás. Nessa gloriosa luta teve papel determinante Celso Cruzeiro, que foi meu colega no liceu de Viseu, no antigo 7º ano. Já aí ele teve um papel determinante na luta conduzida pelos estudantes do ensino secundário.
Foi também em 1969 que a oposição democrática ganhou consciência da sua própria força política na sociedade portuguesa, principalmente nos meios urbanos e junto do operariado, o que lhe permitiu aproveitar o simulacro das eleições para a monocolor Assembleia Nacional para desencadear uma mobilização popular sem precedentes e assim enfrentar o marcelismo. A CDE e a CEUD aglutinaram grandes faixas de cidadãos, que, nessa luta desigual, perceberam que era possível derrubar o regime. E o 25 de Abril estava ali, bem próximo.
Agradeço ao João Fráguas, meu antigo colega no liceu de Lamego, a cedência destas históricas fotografias das lutas académicas em Coimbra, em 1969.
http://docs.google.com/gview?a=v&pid=gmail&attid=0.1&thid=121c5fc76969edec&mt=application%2Fvnd.ms-powerpoint&pli=1
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