Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, sem qualquer pudor, veio propor que não se opõe à criação de um Estado palestiniano independente, desde que totalmente desmilitarizado e que venha a reconhecer o Estado judaico e a exclusividade da cidade de Jerusalém como a sua capital.
Perante esta cínica proposta, que Obama e os dirigentes da União Europeia saudaram calorosamente, considerando-a positiva, ocorre perguntar se esse Estado terá direito à bandeira e ao hino nacional.
Com estas anacrónicas condições leoninas, Israel e o seu aliado americano, aos quais se junta a subserviente União Europeia, não deixam margem de manobra aos palestinianos, a não ser a da escolha da guerra de libertação e a da radicalização das suas posições. Também o terrorismo islâmico irá aproveitar em seu favor esta manifestação inequívoca de falta de vontade política em corrigir o erro histórico que, há mais de cinquenta anos, amputou os direitos inalienáveis do povo da Palestina.
2 comentários:
Terão direito a bandeira e a hino?! Boa pergunta. Uma vergonha esta proposta, que ainda que seja apenas o primeiro passo para não terem que perder a face, indiciando que podem vir a deixar cair estas exigências no futuro, revela muito do que foi a miséria de toda a situação que se tem vivido até aqui. Acredito que um dia, eles próprios terão vergonha de terem sido tão ..."assim". Há nações que ainda hoje vivem com esses traumas...
"Às 7h30 da manhã de 3 de Junho um bebé de sete meses morreu na unidade de cuidados intensivos do Hospital Europeu de Gaza, na Faixa de Gaza. O seu nome era Zein Ad-Din Mohammed Zu'rob e sofria de uma infecção nos pulmões que era tratável.
Recusado equipamento básico, os médicos em Gaza nada puderam fazer. Durante semanas os pais da criança solicitaram uma autorização dos israelenses que lhes permitisse levá-la a um hospital em Jerusalém, onde teria sido salva. Como muitas pessoas desesperadamente doentes que requerem estas permissões, disseram aos pais que eles nunca as haviam requerido. Mesmo que eles tivessem chegado Passagem de Erez com um documento israelense nas mãos, as probabilidades são de que teriam sido mandados voltar por recusaram exigências de oficiais para espiarem ou colaborarem de alguma forma."
Este é um excerto de um texto de John Pilger (disponível em http://resistir.info/pilger/pilger_11jun09.html) que retrata bem até onde vai a abertura e boa vontade dos israelitas.
Até quando irá durar esta vergonha?
Não serão estas atitudes mais do que justificáveis para a radicalização palestiniana?
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