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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Blair tem medo de um julgamento público


Toda a gente ainda se lembra das armas de destruição maciça, escondidas no deserto por Saddam Hussein, e que estariam prontas de, a qualquer momento, poderem ser utilizadas contra os pacíficos cidadãos europeus e norte-americanos. Os políticos referenciavam a existência de relatórios das polícias secretas, a confirmar a sua existência. As televisões e os jornais amplificavam toda essa artilharia noticiosa, destinada a convencer a hesitante opinião pública de que era necessário abater o ditador e libertar os iraquianos. Ainda me lembro de Paulo Portas, então ministro da Defesa de Durão Barroso, a peremptoriamente afirmar, numa esforçada tentativa de contrariar a informação de que ninguém ainda encontrara tais armas, que uma bomba nuclear poderia ser facilmente escondida e manipulada numa simples pasta de executivo.
A necessária diabolização de Saddam Hussein contou com os depoimentos de pretensos especialistas em direitos humanos que, posteriormente, perante a denúncia de Abu Ghraib, Guantánamo e das prisões secretas da CIA, seria previsível que viessem, por vergonha, a suicidar-se.
Desde os tempos de Hitler, nunca a mentira para fins políticos tinha sido utilizada com tanto cinismo, com tanto requinte e com tanta eficácia. A cimeira da vergonha, nas Lages, entre Bush, Blair, Aznar e Durão Barroso, assinalou o regresso à barbárie, decidindo-se por uma guerra de agressão, que apenas tinha por objectivo defender a estratégia dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha em relação ao controlo do petróleo do Médio Oriente. Escavacaram o Iraque e proporcionaram as condições para que o terrorismo islâmico ali se instalasse e continuasse a matança. As empresas de Bush pai e do vice-presidente de Bush filho, Richard Cheney, encarregar-se-iam de assegurar a reconstrução com o dinheiro do petróleo iraquiano.
Agora, Blair treme como varas verdes e tem um medo patológico de ser julgado publicamente pelos seus concidadãos e pelo mundo inteiro. Tem medo que, por um qualquer revez da História, tenha de se sentar no Tribunal de Haia, destinado por enquanto aos dirigentes políticos hostis aos interesses dos Estados Unidos.

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