"O juiz de instrução de Gondomar ... adiou "sine die" a audição de Valentim Loureiro e de outros arguidos no processo da Quinta do Ambrósio, anunciando ainda que pediu transferência para outra comarca. O magistrado disse à agência Lusa que pediu colocação noutra comarca (indicando Braga, Porto e Aveiro, entre as alternativas), o que, a ser aceite, poderá implicar que não conclua a instrução do processo da Quinta do Ambrósio. "Existe essa possibilidade", afirmou o magistrado".
Assim começa a notícia do PÚBLICO, a dar-nos mais um péssimo exemplo de como alguns juízes portugueses gerem a sua autonomia em relação aos outros poderes do Estado. Uma hipotética transferência, já pedida pelo magistrado para uma outra comarca, serve-lhe de justificação para adiar as audições programadas para este mês, o que certamente irá atrasar todo o desenrolar do processo judicial. O argumento que exarou no despacho deixa qualquer cidadão estupefacto. O dito juiz diz de ser de toda a conveniência concentrar temporalmente todas as audições, sem explicar a razão.
Com razão ou sem ela, o cidadão comum ficou a saber que alguns juízes conduzem os processos a seu belo prazer, não se preocupando com a celeridade da Justiça, ou colocando os seus interesses pessoais à frente dos interesses do serviço público, a que estão obrigados. Aqui, os interesses pessoais prendem-se com uma transferência de comarca, já pedida, mas que não se sabe se será aceite. Tomou-se uma decisão assente numa mera probabilidade.
Esperemos que a dita transferência não se concretize, para que que a castanha quente rebente na boca do magistrado, se é que ainda há castanhas.
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