------------- Retirada do Imagens do Kaos
O que o Presidente não disse…
O Presidente da República, após ter sido distinguido com o doutoramento honoris causa por uma obscura universidade escocesa, resolveu perorar sobre a crise, perante os jornalistas, proferindo, em jeito paternal, uma lição de finanças públicas. Não acrescentou nenhuma novidade àquilo que qualquer cidadão, medianamente informado, já sabe intuitivamente, de tão linear que é a explicação da oscilação em espiral das receitas do Estado e do seu efeito de balança. Se há mais desemprego, haverá menos consumo e menos receitas de IVA e menos IRS. Havendo menos consumo, haverá menos encomendas, menos produção de bens e serviços, menores lucros e menos receitas de IRC. Acabada a crise, inverter-se-iam automaticamente os parâmetros, desde que fossem tomadas as decisões políticas correctas, segundo a cartilha neo-liberal que anima o espírito do presidente.
É evidente que este automatismo corrector não se verifica integralmente. Depois desta crise profunda, o xadrez mundial da economia vai alterar-se radicalmente e quem vai sair vencedor serão os países que, durante estes anos difíceis, souberem criar e explorar as suas vantagens competitivas e aproveitar as fragilidades, as dificuldades e os erros dos seus parceiros concorrentes. E olhando para a economia portuguesa e para os seus sectores de liderança, verifica-se que continua a existir um desajustamento estrutural do tecido produtivo, que vai ditar, no futuro imediato, uma perda de competitividade, que outros países mais dinâmicos irão ganhar.
O paradigma que norteia a economia portuguesa continua a basear-se no baixo custo da mão de obra, na insuficiente qualificação profissional, e na extrema dependência das encomendas do Estado, Estado que este que absorve recursos desproporcionadamente elevados em relação à produtividade que desenvolve.
Se os governos e as empresas não começarem a resolver este desajustamento estrutural, não será a retoma internacional que irá retirar-nos do buraco onde estamos a cair.
O Presidente da República, após ter sido distinguido com o doutoramento honoris causa por uma obscura universidade escocesa, resolveu perorar sobre a crise, perante os jornalistas, proferindo, em jeito paternal, uma lição de finanças públicas. Não acrescentou nenhuma novidade àquilo que qualquer cidadão, medianamente informado, já sabe intuitivamente, de tão linear que é a explicação da oscilação em espiral das receitas do Estado e do seu efeito de balança. Se há mais desemprego, haverá menos consumo e menos receitas de IVA e menos IRS. Havendo menos consumo, haverá menos encomendas, menos produção de bens e serviços, menores lucros e menos receitas de IRC. Acabada a crise, inverter-se-iam automaticamente os parâmetros, desde que fossem tomadas as decisões políticas correctas, segundo a cartilha neo-liberal que anima o espírito do presidente.
É evidente que este automatismo corrector não se verifica integralmente. Depois desta crise profunda, o xadrez mundial da economia vai alterar-se radicalmente e quem vai sair vencedor serão os países que, durante estes anos difíceis, souberem criar e explorar as suas vantagens competitivas e aproveitar as fragilidades, as dificuldades e os erros dos seus parceiros concorrentes. E olhando para a economia portuguesa e para os seus sectores de liderança, verifica-se que continua a existir um desajustamento estrutural do tecido produtivo, que vai ditar, no futuro imediato, uma perda de competitividade, que outros países mais dinâmicos irão ganhar.
O paradigma que norteia a economia portuguesa continua a basear-se no baixo custo da mão de obra, na insuficiente qualificação profissional, e na extrema dependência das encomendas do Estado, Estado que este que absorve recursos desproporcionadamente elevados em relação à produtividade que desenvolve.
Se os governos e as empresas não começarem a resolver este desajustamento estrutural, não será a retoma internacional que irá retirar-nos do buraco onde estamos a cair.
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