Tirem-me tudo!... Mas
não me roubem a Dignidade
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Uma carta com 10 milhões de destinatários
Filipe
Tourais
O país do Burro
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Desempregado
reclama na justiça o direito de não pagar impostos
Entre
deixar os filhos passar fome e pagar ao Fisco, um desempregado decidiu não
pagar. Nesta terça-feira entrega exposição ao provedor de Justiça. Os juristas
dividem-se.
Alcides
Santos, um gestor de sistemas informáticos que está no desemprego há dois anos,
entrega nesta terça-feira na Provedoria da Justiça uma carta onde explica o
seguinte: vai deixar de pagar impostos. Nem IMI, pela casa onde habita, nem IRS
e IVA, sobre um biscate que fez há uns meses. Invoca o artigo 21 da
Constituição da República Portuguesa — o artigo que define o Direito de
Resistência — para defender a legitimidade da sua decisão. Alega que acima dos
seus deveres como contribuinte está o dever de não deixar os filhos passar
fome.
O
que pode ser abrangido pelo Direito de Resistência estipulado na Constituição é
algo que, como é norma em matérias legais, divide os juristas. Como os impostos
contestados por Alcides Santos foram aprovados pela Assembleia da República, e
não existindo até agora qualquer parecer em contrário do Tribunal
Constitucional, não se pode entender que o seu pagamento seja “uma ordem que
ofenda os direitos dos indivíduos, nem uma força que deva ser repelida”,
defende o constitucionalista Tiago Duarte, para quem esta iniciativa está assim
“completamente à margem” do que é evocado no artigo 21 da Constituição.
“E
o que pode fazer uma pessoa que é taxada por um imposto que não pode pagar, que
é obrigada a cumprir o que não pode cumprir, senão resistir?”, contrapõe o juiz
jubilado do Supremo Tribunal de Justiça, António Colaço.
O
juiz entende que esta é uma opção constitucional para um “desempregado que está
no limiar da pobreza, que tem pessoas a cargo, e que já não pode fazer nada
mais para inverter a situação de penúria em que se encontra”.
Ver
em:
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Tirem-me tudo!... Mas não me roubem a Dignidade!...
1 comentário:
Entretanto o Alcides já teve esta semana uma oferta de emprego e aceitou.No entanto haverá muitos agora na mesma situação em que estava o Alcides há poucos dias.Será um exemplo a seguir sem dúvida(um homem casado e com filhos tem pouca liberdade sem duvida)por outros que não tenham a responsabilidade familiar do Alcides.
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