Oh, minha Pátria tão
bela e perdida!...
Fiquei
suspenso, agarrado ao poema
à
espera que todos chegassem
para
a reunião magna sobre a salvação dos ídolos.
No
meio do vazio das ausências inexplicáveis
resolvi
sair para a rua para agarrar o sol
mas
a cidade tinha entrado em contraluz
e
senti-me agarrado pelos braços de ferro
de
sombras gigantescas de uma nebulosa negra…
a
cidade estava deserta…
Foi
o empregado do banco,
esbaforido
e a explodir em esgares de pânico,
que
me retirou do torpor da minha irrealidade,
quando
eu estava a colar
a
última convocatória numa parede suja de sangue
(nesse preciso momento eu cantava
o Nabuco de Verdi
Oh, minha Pátria tão bela e perdida!)
Disse-me
que tinha estado à minha espera
até
ao limite do tempo
para
saldar a última conta do último cliente
antes
de ter de abandonar a cidade…
Alexandre
de Castro
Sem comentários:
Enviar um comentário