O
economista disse também que Portugal tem que fazer valer a sua posição junto da
troika quanto às condições de aplicação do memorando, frisando que o país tem
um TC que tem que ser respeitado, porque "não há TC de pequenos países que
não interessam, e TC de grandes países que importam"; e exigindo condições
de pagamento da dívida em condições de igualdade com outros países, como o
Chipre.
"Ainda
esta semana soubemos que Chipre negociou uma taxa de juro de 2,5%. A nossa taxa
de juro anda à volta de 3,6%, em média, portanto aqui estamos a falar de mil
milhões de euros. Não estou a dizer que é fácil, mas o que me parece é que
Portugal, sobretudo através do ministro das Finanças, tem sido pouco
pró-activo. Às vezes é preciso também, na difícil qualidade de devedor, bater o
pé e aproveitar as oportunidades que são dadas", reiterou.
Bagão
Félix (antigo ministro do Trabalho)
Notícias
ao Minuto
***«»***
Temos
aqui denunciado, desde a assinatura do memorando da troika, a postura passiva dos responsáveis políticos portugueses em
relação às imposições draconianas, impostas pelas instâncias europeias, o que
até poderá levar a pensar que o governo de Passos Coelho é apenas uma sua mera
extensão administrativa e executiva e não um governo soberano eleito pelos
portugueses. Todos nos recordamos daquela imagem humilhante de ver Vítor Gaspar,
em postura submissa, a mendigar “migalhas” ao ministro das Finanças do governo
da Alemanha, no intervalo de uma reunião em Bruxelas. Bruxelas manda, Lisboa
obedece sem pestanejar, parece ser este o lema.
A
condição de devedor não obriga à submissão ao credor, nem à obediência da sua
vontade discricionária. O contaste entre as diferentes formas de tratamento,
dispensada pelos dirigentes europeus, em relação aos países com problemas de
endividamento, é de veras chocante. Os juros impostos a Portugal pelos faseados
empréstimos concedidos pelas entidades da troika,
e eufemisticamente alcunhados de ajuda, são de tal maneira elevados, que mais
parecem ser o resultado de um muito bem calculado negócio.
Sem comentários:
Enviar um comentário