Não Temos um Projecto de
País
Mas
a realidade é esta: não temos um projecto de país. Vivemos ao deus-dará,
conforme o lado de que o vento sopra. As pessoas já não pensam só no dia-a-dia,
pensam no minuto a minuto. Estamos endividados até às orelhas e fazemos uma
falsa vida de prosperidade. Aparência, aparência, aparência - e nada por trás.
Onde estão as ideias? Onde está uma ideia de futuro para Portugal? Como vamos
viver quando se acabarem os dinheiros da Europa? Os governos todos navegam à
vista da costa e parece que ninguém quer pensar nisto, ninguém ousa ir mais
além.
José
Saramago
in
"Entrevista revista Visão, 2003"
***«»***
Saramago
tem razão! Mas não é o povo que tem culpa. O povo apenas come o que lhe dão.
Mas, agora, querem tirar-lhe o que não lhe deram.
Reconheço, no entanto, que ao povo português (políticos, académicos, elites e populares) faltou maturidade democrática e que se comporta como uma criança sempre que lhe dão um chupa-chupa. Não me posso esquecer daquele tempo em que os políticos, académicos, elites e populares andavam com as chapas da matrícula do automóvel, com as estrelinhas amarelas, penduradas ao pescoço. Foi o tempo em que começámos a ser europeus e deixámos de ser portugueses. Foi necessário Angela Merkel vir recordar-nos que as coisas não eram bem assim. Tínhamos de escolher entre ser europeus, mas de segunda classe, ou, então, apenas portugueses. E, na verdade, é como portugueses que aparecemos registados no Cartão do Cidadão. E o Cartão do Cidadão não engana!
Reconheço, no entanto, que ao povo português (políticos, académicos, elites e populares) faltou maturidade democrática e que se comporta como uma criança sempre que lhe dão um chupa-chupa. Não me posso esquecer daquele tempo em que os políticos, académicos, elites e populares andavam com as chapas da matrícula do automóvel, com as estrelinhas amarelas, penduradas ao pescoço. Foi o tempo em que começámos a ser europeus e deixámos de ser portugueses. Foi necessário Angela Merkel vir recordar-nos que as coisas não eram bem assim. Tínhamos de escolher entre ser europeus, mas de segunda classe, ou, então, apenas portugueses. E, na verdade, é como portugueses que aparecemos registados no Cartão do Cidadão. E o Cartão do Cidadão não engana!
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