Corte no salário leva juiz a adiar audiências
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Juiz do Tribunal de Alenquer vai trabalhar menos duas horas por dia por causa de corte salarial de 600 euros
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Numa iniciativa inédita, o juiz-presidente do Tribunal de Alenquer, Afonso Dinis Nunes, decidiu reduzir o seu horário de trabalho em cerca de duas horas diárias, por causa do corte de 600 euros a que o seu salário vai ser sujeito. O ministro da Justiça, Alberto Martins, evitou comentar o caso, remetendo responsabilidades para o Conselho Superior de Magistratura (CSM), o órgão de gestão e disciplina dos juízes. Ao PÚBLICO, o juiz José Manuel Duro, do CSM, confirmou que o caso está a ser averiguado, para aferir se será ou não de "tomar alguma medida". Até lá, "não há comentários a fazer".
PÚBLICO
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Assim é que se enxofra! Eu só lamento que o meio de milhão de desempregados não possam também reduzir unilateralmente o seu horário de trabalho, que, desgraçadamente, não têm.
Àquele corajoso juíz, atrevo-me, respeitosamente, a aconselhar-lhe que nos próximos julgamentos, que vier a realizar, comece a condenar quem provar que é inocente e a absolver quem é comprovadamente culpado. Isto, para que o país fique às avessas, e possa aparecer alguém que o comece a endireitar. Porque, caros leitores, eu já não acredito que, no quadro político do actual regime, que nasceu sob os bons auspícios da gloriosa revolução do 25 de Abril, possa ser encontrado o caminho seguro que salve Portugal. O 25 de Abril foi miseravelmente abastardado por políticos desonestos, néscios e incompetentes, por empresários oportunistas e gananciosos e pelo bando de mercenários do capital financeiro. É necessário e urgente fazer uma nova revolução, um novo 25 de Abril, com cravos ou sem cravos, talvez com espinhos.
Este juíz fez a melhor caricatura do pântano em que vivemos. É isso: Portugal já é uma grotesca caricatura.
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