O primeiro-ministro britânico, David Cameron,
terá ameaçado indiretamente os seus parceiros europeus com a saída do Reino
Unido da União Europeia se o ex-primeiro-ministro luxemburguês Jean-Claude
Juncker for presidente da Comissão Europeia, noticia a última edição da revista
alemã 'Der Spiegel'.
***«»***
Era este tipo de atitude, idêntica à do
primeiro-ministro britânico, David Cameron, que o governo de José Sócrates
deveria ter tomado, em reação ao assédio feito pelos principais dirigentes
europeus, incluindo Jean-Claude Junker, para que Portugal solicitasse um plano
de resgate parcial da sua dívida soberana, que, na altura, e intencionalmente,
estava a ser sujeita a uma gigantesca manobra, puramente especulativa, que lhe
sobrecarregava o valor dos juros.
Bastava o governo português esgrimir a ameaça da
saída do euro e, consequentemente, da União Europeia, para provocar um
terramoto financeiro na Europa. "Até a Merkel se mijava pelas pernas
abaixo", escrevi eu, na altura. Contrariamente, prevaleceu a teoria do bom
aluno, aquele bom aluno servil, subserviente e submisso, que, agora, Passos
Coelho também assume com elevado esmero e empenho, ao ponto de eu já não saber
se ele é o primeiro-ministro de Portugal, ou apenas o encarregado de negócios
da Alemanha em Portugal.
Quando um credor percebe que o devedor não lhe
pode pagar a dívida, disponibiliza-se a renegociar os juros, o prazo de
pagamento e até perdoar parte do montante, já que, para esse credor, vale mais
receber algum dinheiro do que não receber nenhum. Mas a corja, comprometida com
os interesses do grande capital, fingiu não perceber isto, e como os pesados
sacrifícios teriam de ser suportados pelo Zé Povinho, ajoelhou-se,
humilhando-nos.
2 comentários:
Eternamente os submissos....esta corja dá nojo. Mais uma vez este moço de recados, está já a culpabilizar o TC, por ter chumbado já três medidas....um rapazinho....Lá sabem eles negociar alguma coisa. Só sabe é ir ao bolso dos desgraçados.....
A Grã-Bretanha nunca se mostrou muito interessada pelo projeto europeu, porque percebeu que ele estava a ser desenhado no interesse da Alemanha e da França. Depois de muito assédio, por parte destes dois países, resolveu aderir, mas exigiu muitas contrapartidas amplamente favoráveis, ao ponto de se poder dizer que recebe muito mais do que aquilo com que contribui. Transversalmente aos partidos políticos e à sociedade, existe um movimento eurocético muito forte, que irá apoiar Camaron, se ele retirar a Grã-Bretanha da UE.
Enviar um comentário