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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Notas do meu rodapé: De resgate em resgate, até à derrota final!...


Bruxelas ameaça 2.º resgate se falhar défice de 2,5%
O DN revela hoje em manchete como a Europa está preocupada com sinais de abrandamento da reforma do Estado. Economia caiu 0,7% no primeiro trimestre. E o aviso é claro: se o Governo relaxar, por vontade própria, o ritmo de ajustamento orçamental, os mercados vão castigar Portugal. E com taxas de juro mais altas será difícil escapar a um segundo resgate, garantiu ao DN fonte oficial da Comissão Europeia,

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De resgate em resgate, até à derrota final!...
Já se disse aqui que o modelo de reajustamento - numa economia com uma moeda muito valorizada em relação ao nível da produtividade, e baseado unicamente na perspetiva e na expectativa do aumento das exportações - está errado, pois o efeito positivo desse aumento é diminuído pelo concomitante aumento das importações. Foi pela diminuição do saldo entre exportações e importações que a economia portuguesa interrompeu, no 1º trimestre, o magro crescimento económico que se vinha verificando anteriormente, e que deu pretexto para o foguetório exagerado da direita. E assim irá a acontecer no futuro, até com mais intensidade, pois o consumo interno, outro componente da formação do PIB, também vai diminuir, devido a novas medidas de austeridade, que o governo procura esconder, antes das eleições. A tal saída limpa, um slongan atrativo e sedutor para enganar papalvos, irá revelar-se bem suja, a curto prazo. 
Com uma direita servil, a querer manter aquele modelo de ajustamento, até o país ficar completamente dependente da ditadura de Bruxelas, e o PS a exigir apenas uns pequenos e enganadores retoques de fachada, o futuro dos portugueses irá ser muito negro e muito trágico. A referência comparativa passará a ser a Grécia e não a Irlanda, com a qual Portugal nunca deveria ter sido comparado, por exclusiva conveniência da propaganda política.
Aqueles que, por conveniência, por ignorância ou por convicção, votarem na direita ou no PS, não vão favorecer o aparecimento de uma alternativa credível. Vão perpetuar a crise. E no final do ano, veremos quem tem razão.
Os portugueses deveriam desde já (e as próximas eleições para o PE seriam uma belíssima oportunidade) rejeitar categoricamente esta humilhante ameaça de Bruxelas sobre a eventualidade de um segundo resgate, não votando nos partidos que subscreveram o primeiro resgate (o Memorando de Entendimento com a troika).

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