Bruxelas ameaça 2.º resgate se falhar défice de
2,5%
O DN revela hoje em manchete como a Europa está
preocupada com sinais de abrandamento da reforma do Estado. Economia caiu 0,7%
no primeiro trimestre. E o aviso é claro: se o Governo relaxar, por vontade
própria, o ritmo de ajustamento orçamental, os mercados vão castigar Portugal.
E com taxas de juro mais altas será difícil escapar a um segundo resgate,
garantiu ao DN fonte oficial da Comissão Europeia,
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De resgate em resgate, até à derrota final!...
Já se disse aqui que o modelo de reajustamento -
numa economia com uma moeda muito valorizada em relação ao nível da
produtividade, e baseado unicamente na perspetiva e na expectativa do aumento das
exportações - está errado, pois o efeito positivo desse aumento é diminuído
pelo concomitante aumento das importações. Foi pela diminuição do saldo entre
exportações e importações que a economia portuguesa interrompeu, no 1º
trimestre, o magro crescimento económico que se vinha verificando
anteriormente, e que deu pretexto para o foguetório exagerado da direita. E
assim irá a acontecer no futuro, até com mais intensidade, pois o consumo
interno, outro componente da formação do PIB, também vai diminuir, devido a
novas medidas de austeridade, que o governo procura esconder, antes das
eleições. A tal saída limpa, um slongan
atrativo e sedutor para enganar papalvos, irá revelar-se bem suja, a curto
prazo.
Com uma direita servil, a querer manter aquele
modelo de ajustamento, até o país ficar completamente dependente da ditadura de
Bruxelas, e o PS a exigir apenas uns pequenos e enganadores retoques de
fachada, o futuro dos portugueses irá ser muito negro e muito trágico. A
referência comparativa passará a ser a Grécia e não a Irlanda, com a qual
Portugal nunca deveria ter sido comparado, por exclusiva conveniência da
propaganda política.
Aqueles que, por conveniência, por ignorância ou
por convicção, votarem na direita ou no PS, não vão favorecer o aparecimento de
uma alternativa credível. Vão perpetuar a crise. E no final do ano, veremos
quem tem razão.
Os portugueses deveriam desde já (e as próximas
eleições para o PE seriam uma belíssima oportunidade) rejeitar categoricamente
esta humilhante ameaça de Bruxelas sobre a eventualidade de um segundo resgate,
não votando nos partidos que subscreveram o primeiro resgate (o Memorando de
Entendimento com a troika).
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