A incógnita da abstenção domina eleições
portuguesas para o Parlamento Europeu
O apelo do Presidente da República, através das
televisões, a que os portugueses não deixem de se pronunciar sobre a escolha
dos seus representantes no Parlamento Europeu foi uma tentativa de prevenção de
que haja uma elevada abstenção nas europeias que este domingo se realizam. Isto
tendo em conta o histórico da abstenção nestas eleições que atinge percentagens
de mais de cinquenta por cento, com o recorde de 64,46%, nas europeias de 1994,
mas que há cinco anos atingiu 63,22%.
PUBLICO (de hoje)
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Se nas eleições de hoje, a abstenção dos
portugueses ultrapassar o record de 64,46%, fica em causa a legitimidade
política de todas as futuras decisões que venham a ser tomadas em relação à
União Europeia. Será um abuso por parte dos dirigentes dos partidos europeístas
- os do arco das capitulação, PS, PSD e CDS - caso, com um mínimo de
honestidade, não ponderem equacionar seriamente um outro caminho que nos salve
de um generalizado empobrecimento endémico.
Durante a campanha, aqueles três
partidos tentaram entreter os portugueses com discussões estéreis e acusações
mútuas, quando se sabe que todos eles estão de acordo com a política de
capitulação em relação à czarina Merkel, que é quem verdadeiramente manda na
Europa. Por isso, não aceitaram o desafio de discutirem publicamente o euro, o
resultado do Memorando de Entendimento com a troika e o tão ignorado, quanto
perigoso, Tratado Orçamental. Se, nestas eleições, os eleitores voltarem as
costas às urnas, fica em aberto para o futuro um caminho perigoso de insubordinação coletiva e de agitação social social e
fica em causa a essência da democracia. É que não se pode falar em democracia,
quando o maior partido é o da abstenção.
1 comentário:
Venceu a esmagadora minoria
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