O PS só resolve o seu problema identitário, quando ultrapassar o seu dilema fundamental: ou querer ser um partido a tentar liderar a esquerda, da qual se afastou, ou vir a ser um partido liderado pela direita, da qual se aproximou.
A crise da Europa e do país obriga-o (assim
como aos partidos europeus da sua família política) a ter de sair da cómoda
situação de estar ao centro, no meio, onde já não vai ser possível exibir um
discurso de esquerda e fazer uma política de direita.
Os tempos mudaram, e hoje, a classe média, que
foi e é a sua base de apoio, já não pensa apenas no local paradisíaco onde vai
passar as férias e na marca do próximo automóvel que vai querer comprar a
crédito. Aprendeu política e economia e está mais esclarecida. Acima de tudo,
já percebeu que a política é uma extensão da alta finança, que ocultamente a
domina, no seu exclusivo interesse.
Se os dirigentes do PS não entenderem isto, o
partido poderá implodir.
O PSOE, na Espanha, o PS, na França e o SPD, na Alemanha, já fizeram a sua escolha: encostaram-se à direita, o que é o caminho mais curto para os levar ao seu suicídio político. Falta saber para onde caminhará o PS...
Alexandre de Castro
2014 05 28
2 comentários:
Gostava muito de saber para onde se vai inclinar o PS, mas apraz-me dizer que vai tombar para o lado que lhe der mais jeito. Ou então, os dirigentes não se vão mesmo entender, e muita tinta vai correr. E tudo está nas mãos novamente dos incompetentes. Esta gente não tem emenda possível. Só os interesses deles é que prevalecem....
O que importa é clarificação ideológica e programática do PS, assim como a sua posição em relação à Europa e em relação à necessidade de reestruturar e renogociar a dívida. O que o PS não pode andar a fazer, é escrever uma narrativa e um discurso de esquerda (vazio de ideias) e tomar iniciativas de direita. Esta tática parece que já não dá votos...
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