Islândia corta até 24 mil euros nas hipotecas de
famílias com empréstimos
O Governo islandês anunciou sábado ir cortar até
24.000 euros na hipoteca de cada família com empréstimos à habitação, uma
promessa da campanha eleitoral apesar das advertências internacionais contra o
plano.
O custo da medida está estimado em cerca de 900
milhões de euros e será financiado com impostos sobre os bancos e fundos de
gestão de ativos dos bancos que faliram durante a crise financeira de 2008,
salientou o Governo.
O Partido Progressista, do primeiro-ministro Sigmundur David Gunnlaugsson, vencedor das eleições de abril, tinha prometido aliviar a dívida das famílias, o que ajudou à conquista de votos na campanha.
O Partido Progressista, do primeiro-ministro Sigmundur David Gunnlaugsson, vencedor das eleições de abril, tinha prometido aliviar a dívida das famílias, o que ajudou à conquista de votos na campanha.
O chefe do Governo disse após tomar posse que a
medida não iria afetar as contas públicas e sugeriu de imediato que fossem os
credores dos bancos islandeses a suportar a despesa.
O anúncio do corte da hipoteca levantou as vozes
críticas de várias organizações internacionais como o Fundo Monetário
Internacional, mas as autoridades do país estão determinadas em levar o projeto
em frente.
Muitas famílias islandesas lutam com dificuldade
para pagarem os seus empréstimos indexados à inflação e que pareciam seguros
antes da crise de 2008 e que aumentaram acentuadamente depois do colapso da
coroa islandesa face a outras moedas.
Atualmente, segundo os dados oficiais, a dívida
das famílias corresponde a 108% do Produto Interno Bruto, uma percentagem alta
na comparação internacional.
Com esta medida, que começará a ser aplicada em
meados de 2014, o Governo pretende aumentar o rendimento disponível às famílias
e incentivar a poupança.
***«»***
Uma medida corajosa, inteligente e amiga da
economia, e que não vai agravar as contas públicas. Corajosa, porque é mais um
país a desafiar, e, nesta crise, pela segunda vez, o poder sacralizado do
capitalismo financeiro internacional, que começou logo a rosnar, através do seu
braço institucional, o FMI. Inteligente e amiga da economia, porque aumenta o
rendimento disponível das famílias, o que vai promover o crescimento económico,
através da poupança, do consumo e, até, do pequeno investimento. Não vai
agravar as contas públicas, porque serão os bancos privados a suportar os
respetivos custos, esses mesmos bancos que causaram a crise.
Decididamente, a Islândia não é uma boa aluna! É
uma borbulha de rebeldia!
O povo islandês não importou os burros
mirandeses, a que o jornalista norte-americano fez referência na reportagem do
The New York Times, sobre Portugal!
O povo da Islândia lutou pela sua dignidade, que
os seus alarves banqueiros agrediram!...
O povo islandês não se ajoelhou!...
Acordai, portugueses!
2 comentários:
A Islândia é um país de referência nesta luta pela sobrevivência e pela manutenção da sua dignidade, com soberania, face aos interesses financeiros internacionais que subjugam estados como é o caso do nosso onde, governantes sem escrúpulos, compactuam contra os interesses do seu próprio país. Estamos dobrados sim mas não posso deixar de pensar que ainda vamos dar a volta, não pode ser de outra forma. Um bom 1º de Dezembro, afinal já mostrámos em tempos idos que sabemos recuperar a independência.
Obrigado, amiga Silvia Fontes, pelo seu lúcido comentário.
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