O médico Albino Aroso,
conhecido
como o "pai"
do planeamento familiar
e eleito um dos 65 clínicos
"mais
dedicados a causas
públicas no
campo da saúde", morreu
hoje [ontem]
no Porto, segundo fonte do
Ministério
da Saúde.
Federação Nacional dos Médicos
O Dr. Albino Aroso deixou-nos. Mais sós e com responsabilidades acrescidas.
Perdemos o colega de sorriso franco e
disponível, solidário e sempre motivador para novos projectos em prol da saúde
de todos e para todos. Perdemos o colega que ousou pensar e tomar partido mesmo
quando isso poderia ser incómodo. Tomou partido pelas Carreiras Médicas, pelo
SNS, pelo Direito das Mulheres.
Tomou sempre o partido da cidadania e dos
valores humanistas mais profundos e assim exerceu Medicina. Com o saber e os
afectos.
Portugal perdeu o cidadão, o profissional mas
também o político e governante que soube colocar os princípios e valores
maiores ao serviço dos seus semelhantes.
Fomos testemunhas e parceiros de alguns
episódios relacionados com a sua acção governativa enquanto Secretário de
Estado Adjunto do Ministro da Saúde entre 1987 e 1991. Com ele negociamos com
êxito o DL 73/90 que viria a consolidar as Carreiras Médicas enquanto base
fundamental para o reforço e
aprofundamento do nosso Serviço Nacional de
Saúde, ideia e projecto em que sempre militou. A sua acção nas áreas do
Planeamento Familiar e, mais genericamente na Saúde Materno Infantil e Direitos
da Mulher, contribuiria como poucas para projectar Portugal para resultados
verdadeiramente notáveis realizados nos últimos 30 anos.
Neste momento de consternação a Federação
Nacional dos Médicos (FNAM) mais não pode fazer do que recordar tão
extraordinária existência assumindo as suas responsabilidades, enquanto
estrutura sindical médica, no prosseguimento dum conceito partilhado que
entende o exercício da medicina indissociável do
direito universal do acesso a serviços de saúde
de qualidade sem distinção de raça, género, idade ou condição social e
económica.
À família do Dr. Albino Aroso endereçamos as
nossas condolências sem deixar de realçar o enorme privilégio de com ele termos
cruzado e partilhado uma parte inesquecível das nossas histórias.
Porto, 27 de Dezembro de 2013
P’la Federação Nacional dos Médicos
Merlinde Madureira
2 comentários:
Não deixemos morrer
os nossos mortos
Abraço
Não irão morrer,certamente, se nós conseguirmos desfraldar as suas bandeiras e prosseguirmos a sua luta.
Abraço
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