Le Portugal est un pays exsangue. Le chômage
officiel, qui approchait les 20%, a diminué ces deux derniers trimestres
«à la faveur» d’une baisse de la population active. Celle-ci est le fruit
d’une émigration de masse dont les flux atteignent, voire dépassent, ceux
des années 60 qui avaient vu un grand exode des Portugais, fuyant
la misère, la dictature et la guerre coloniale (1). La moitié
des chômeurs ne bénéficie pas d’allocation chômage et on compte par milliers
les exclus du revenu minimum d’insertion, des allocations familiales ou du
complément social vieillesse.
(1)
On évalue à 120 000 le nombre de Portugais qui ont émigré en 2012, soit un
exode de 10 000 personnes en moyenne par mois, sur une population de
quelque 10,5 millions d’habitants.
Libération
(Ler aqui texto completo)
***«»***
A ligeira queda da taxa de desemprego, durante
este ano, que o governo e os seus acólitos têm utilizado como argumento para anunciar o início
da retoma e assim pretenderem demonstrar o sucesso das suas políticas de
austeridade, não passa de uma perigosa ilusão estatística, já que, em
acumulado, nos dois últimos dois anos, o número de empregos extintos continua a
ser muito superior ao número de empregos criados, tal como já foi referido
aqui. Esta ligeira queda da taxa de desemrego deve-se à emigração em massa dos jovens (120 mil, em
2012!), grande parte deles, jovens qualificados, em quem a sociedade investiu,
para agora irem contribuir para a criação de riqueza dos países de destino.
Portugal acaba por ser um grande exportador de mão de obra. Trata-se da única
promessa concretizada por Passos Coelho, promessa esta que estava implícita no
seu apelo aos jovens para emigrarem. As outras promessas, aquelas que foram anunciadas na
campanha eleitoral, já o vento as levou, e já nem ele se recorda de as ter
feito.
Portugal está a caminho de completar o período
do ajustamento previsto pelo Programa de Estabilidade Económica e Financeira da
troika (Comissão Europeia, Fundo
Monetário Internacional e Banco Central Europeu), e nenhum dos objetivos
constantes no Memorando de Entendimento,
assinado pelos partidos do arco da traição PS/PSD/CDS), vai ser cumprido, o que
quer dizer que as políticas prosseguidas estavam erradas, tal como muitos de
nós previmos em devido tempo. E esse erro monumental, de quem concebeu, aprovou
e aplicou essas malsãs políticas de austeridade, vai ser pago, novamente, pela
maioria dos portugueses, continuando os banqueiros, os causadores da crise
financeira, a ficar imunes a qualquer sacrifício e a um qualquer castigo.
Na realidade, Portugal está a viver numa
economia de guerra, uma economia de guerra causada por uma guerra financeira,
inspirada pelo novo imperialismo alemão e aplicada por um dos seus braços
políticos, a União Europeia.
AC
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