Congelamento das prestações sociais abre divisões entre ministros de Sócrates
.
Mas dentro do PS há vozes dissonantes
sem receio de desobedecer ao silêncio
estipulado pelo Governo: Mário Soares,
Paulo Pedroso, João Cravinho e
Pedro Adão e Silva. Na Rádio Renascença,
Cravinho acusou o partido de ter entrado
numa "deriva à direita" que só poderá
ser evitada com "grandes alterações na
própria direcção do PS". E lamentou que
o PS tenha caído na "armadilha terrível"
que é o PEC. "Assumiu-se nitidamente
como um partido que punha acima de
tudo as mesmas medidas que um partido
de direita poderia tomar e deixou cair,
sem salvaguarda, sem cuidado, bandeiras
de esquerda que, aqui há dois meses, ainda
afirmava e que eram parte integrante
do seu programa", afirmou o antigo dirigente
socialista, partilhando assim com Mário
Soares a crítica ao esvaziamento ideológico
do partido.
...
Ontem soube-se que alguns deputados
- o independente João Galamba, Ana
Catarina Mendes, Sérgio Sousa Pinto,
vice-presidentes da bancada, José Vera
Jardim e Maria de Belém assinaram uma
declaração de voto em que estranhavam
a não adopção, no OE, de uma medida
prevista no PEC: a tributação das mais-valias.
PÚBLICO
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E mais disse, João Cravinho: que até Paulo Portas já dava lições sobre políticas sociais de esquerda a José Sócrates.
João Cravinho, de quem se conhece a verticalidade e o seu posicionamento ideológico de esquerda, foi contundente na sua crítica, apontando o dedo acusador à falta de sensibilidade do governo para os gravíssimos problemas sociais, decorrentes da aplicação cega deste Plano de Estabilidade e Crescimento, que visa apenas corrigir o défice orçamental e diminuir a dívida pública, omitindo por completo o desenvolvimento económico e a criação de emprego.
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