A chanceler alemã, Angela Merkel,
admitiu hoje que um país europeu
seja obrigado, em último recurso,
a sair da zona euro se,
“repetidamente, não cumprir as
condições” necessárias para se manter
na moeda única.
PÚBLICO
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Os países mais pobres da zona euro irão agora começar a pagar, e com juros elevados, a pesada factura da sua adesão ao euro. Se, inicialmente, esses países recolheram alguna benefícios com a abertura de novas oportunidades para as suas exportações, compostas essencialmente por produtos com pouco valor acrescentado, e cuja competitividade se baseava nos baixos custos do trabalho, a actual crise económica e financeira, que atravessou o Atlâtico, a desmentir assim todos aqueles que, por ignorância ou por sofisma, a davam como terminada, veio dar razão a todos aqueles que, na altura, alertaram para os perigos futuros da precipitada integração, que iria apenas beneficiar as economias mais fortes do Eurogrupo.
A Alemanha, a primeira economia da Europa, soube preparar a longo prazo a sua posição dominante para poder concretizar a sua ambição de se transformar numa potência imperialista, não numa base territorial, mas através da dominação económica dos outros países europeus, com base na moeda única. O euro não é mais do que o marco europeizado e o Banco Central Europeu herdou a matriz e a cultura do Deutsch Bank, quando este banco tinha as funções de Banco Central. Apostando nas exportações, a Alemanha conseguiu um alto nível de poupança, que lhe permitiu suportar a crise de 2008. Ao mesmo tempo, durante esta década, travou a massa salarial, que cresceu menos do que a média europeia, diminuindo o poder de compra dos alemães, o que se reflectiu na diminuição das suas importações, e causando problemas nas balanças comerciais dos países que têm a Alemanha como seu principal cliente, o que é o caso de Portugal e da Grécia.
Perante o recente ataque especulativo sobre o euro, tirando partido dos problemas orçamentais dos países da Europa do Sul, que as agências de rating intencionalmente empolaram, a Alemanha, para defender a sua economia, tudo fez para transferir todos os sacrifícios para os povos desses países, impondo-lhes draconianamente, e com urgência, a obrigatoriedade da regularização das dívidas públicas e a correcção dos défices orçamentais.
Agora, para os países incumpridores, paira no ar o espectro da expulsão do clube do euro.
http://economia.publico.pt/Noticia/merkel-defende-expulsao-da-zona-euro-de-paises-que-nao-cumpram-as-condicoes_1427663
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