Os especuladores financeiros não hesitam, quando se proporcona a oportunidade, em tirar partido das debilidades e das fragilidades das economias, que afectam alguns países. O euro, neste momento, está a ser alvo de um ataque concertado do grande capital financeiro, servindo-se das dificuldades orçamentais e do peso da dívida pública dos países do Sul da Europa, com destaque para a Grécia. Criando artificialmente a instabilidade nas moedas, os grandes bancos especuladores procuram retirar dividendos com as variações do seu valor no mercado de capitais. Além disso, procuram criar condições para aumentarem a taxa de juro dos empréstimos futuros a contrair por esses países. Sabe-se agora, que a Grécia, que sempre tem cumprido os seus compromissos, terá de pagar no próximo mês de Abril um empréstimo no montante de 40 mil milhões de euros, que contraiu com um juro de três por cento. O reembolso terá de ser feito através de um novo empréstimo, mas o juro a pagar passará provavelmente para seis por cento. Numa penada, e através da acção concertada com as agências de rating, os bancos credores duplicam a sua rentabilidade, que o povo grego terá de pagar.
Para os gregos, a União Europeia é uma desilusão e começa a ser um enorme pesadelo, que se vai perpetuar durante muitos anos. Limitada com a política proteccionista da Alemanha, habilmente camuflada, a Grécia não poderá expandir as suas exportações e, por outro lado, como também se irá assistir a uma contracção do seu mercado interno, devido às duras medidas de austeridade, impostas pelo governo, o seu PIB sofrerá uma diminuição, assim como as receitas fiscais. O círculo vicioso instalou-se, o que está a levar o governo grego ao desespero.
Muitos economistas já advogam que a saída voluntária da Grécia da zona euro seria a melhor solução. Afirma o economista Karl Muller: "É possível que se a Grécia saísse da UE sofresse num primeiro momento um certo número de inconvenientes económicos e outros — mas se ela permanecer na UE, os inconvenientes multiplicar-se-ão consideravelmente. Os atenienses dizem que estão fartos da UE e é normal. Não confiar senão nas suas próprias forças e desfrutar da liberdade é mais digno do que levar cada vez mais uma vida de escravos".
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